domingo, 5 de dezembro de 2010

Suedehead • Morrissey




Peço desculpa por tentar não ser fútil, por não ser uma vítima da aparência, por não ser consensual, por só sorrir quando me apetece, por dançar mal, por ser desenfeitado, por ser desajeitado, por não gostar da maioria do barulho que passa nas discotecas.

Peço desculpa, pareço amargo, mas não é amargura é uma questão de feitio, um feitio quiçá irascível, mas o meu.

Ontem tive um evento profissional, estava céptico, não me apetecia, preferia um sábado absorvido dos meus pensamentos, um chá, um livro, umas ideias par o meu livro, uma paisagem, mas compromisso é compromisso…

Fomos a um dos casinos da nossa grande Lisboa, depois de um espectáculo cenográfico enfatuado, para o meu gosto, a noite acabou na discoteca do tal casino.

Será por ter feito 30 anos, será por estar cada vez menos mundano e mais fechado no eu mundo, não sei , mas cada vez que saio à noite chego a casa com uma sensação de vazio.

As pessoas parecem ser sempre as mesmas, dançando num ritmo tribal e rotineiro, vibrando com os mesmos sons semanas a fio, cada uma delas julgando-se um Apolo ou Afrodite, cujo êxtase esta nas expressões de prepotência, arrogância e vaidade.

Resumindo a diversão, o humor, a amizade estão em segundo plano, a vaidade, sobranceria e estilo é que interessa.

O mundo pode estar num caos, o FMI está a chegar, todos os dias morrem pessoas de fome, animais são extintos, a Amazónia é arrasada para enfeitar as nossas cozinhas…mas isso não interessa.

Não quero parecer um velho aos vossos olhos, mas acredito que se todos nos déssemos u m pouco e nós, se a vaidade/pedantismo não tomasse conta da nossa sociedade, o mundo seria melhor, menos fútil e egocêntrico.

Podemos e devemos dançar, celebrar quando sentimos desejo, expressar as nossas emoções, mas podemos retirar da nossa cara o ar divino, afinal somos todos humanos…

Por isso peço desculpa…

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