sábado, 1 de outubro de 2011

uma reflexão

A minha visão do papel da Banca na sociedade; crescimento, emprego, progresso.


O desenvolvimento económico e social de um país necessita de alicerces; ambiente político estável, sistema judicial célere e profícuo, população proactiva, cultura, rede de comunicações vasta e uma banca forte e com uma política de investimento virada para o emprendedorismo.

Deixando de lado as outras variáveis as quais podia juntar a riqueza natural, ter um país provido de gás, petróleo, ouro, diamantes, solo extremamente fértil, o que não acontece com Portugal, apesar de termos a benesse da nossa costa e de uma riqueza paisagística que promove o turismo, embora ainda se possa fazer muito nessa área, vou abordar ao de leve a temática do papel da Banca na economia.

O sistema bancário e as suas Instituições eram até à um ano, máximo dois anos, apontadas com o ex-líbris da gestão e os deus dirigentes/gestores eram considerados os supra-sumos da economia , sobretudo pelos lucros exorbitantes que geravam ano após ano e os dividendos atribuídos aos accionistas.

Mas nem tudo é perfeito, a crise nos EUA e mais tarde na CEE, onde Grécia, Portugal, Irlanda, Itália, Bélgica são o espelho máximo, veio levantar o véu sobre a forma como estas grandes Instituições (na sua maioria) eram geridas e que afinal os “gigantes” tinham pés de barro.

Na minha modesta opinião a primeira década do novo milénio, ficou marcada sobretudo pelo facto da Banca em grande parte ter esquecido uma parte do seu papel na sociedade, o de dinamizar, apoiar, sobretudo investir em projectos sólidos, visionários e cujo o objectivo seria sempre o de criar “riqueza”, emprego , exportar e sobretudo alavancar a nossa balança económica deficitária.

A Banca preferiu ” jogar” no que à partida seria o lucro fácil, comprar dinheiro barato no Banco Central Europeu, canalizar a maioria dos investimentos para o mercado imobiliário, e está provado que o crescimento económico de uma sociedade não se mede por existir um excessivo número de imóveis.

Durante anos fomos “bombardeados” pelos spreads baixos, pelo financiamento muitas vezes a 150% do valor do imóvel, pelas ofertas de mobílias e automóveis, pelos milhares de apartamentos que se construíam de norte a sul.

Ou seja durante dez, quinze anos, floresceram as empresas de construção, as imobiliárias, mas tudo baseado num crescimento fictício, periclitante que ao primeiro sinal de alarme fez ruir as fundações de um sector que se dizia forte e preparado. No fundo era um sector endividado e que ao primeiro sinal de quebra não teria forma de escoar o seu produto e nem o Estado estaria em condições de lança faraónicas obras públicas para lavar a face das grandes construtoras.

As pessoas mal aconselhadas compraram imóveis acima do que os seus rendimentos permitiriam chegar ao ponto actual, os aumentos de impostos, o desemprego, o custo de vida, os divórcios, colocaram o país à venda.

Não vou relatar os acontecimentos actuais, eles inundam a nossa comunicação social, a crise, as obrigações, a Grécia, o deficit, a Madeira, as off-shores, José Socrátes, BPN, BPP, autarquias, sacos azuis, BCP, etc…

Assistimos ao fim do crescimento económico baseado no imobiliário, os bancos possuem 3 mil milhões de euros em imóveis hipotecados para colocar, dia após dia mais famílias entram em incumprimento, as casas usadas desvalorizam, as novas não se vendem e o sector estagna, da mesma forma que cresceu exponencialmente.

Estamos em recessão, a fuga para a recessão não passa pelo estado mas sim pelos privados, pela nossa criatividade, pela dinâmica que o português consegue incutir quando vai trabalhar para o estrangeiro e que agora precisa de a usar internamente e também passa pela Banca, que tem de fugir ao facilitismo do crédito automóvel e habitação e sim diversificar e investir nos empreendedores, em quem quer criar riqueza com solidez.

Para terminar não posso esquecer um assunto que será aprofundado num outro texto, a Burocracia, essa palavra terrível, em Portugal desmotiva, desacredita e desanima quem quer ser empreendedor, tanto no sector financeiro como no Estado, a máquina ainda é demasiado pesada, lenta e é papel atrás de papel, departamento atrás de departamento, chefia, virgulas, formalismos etc.

E isso afasta quem quer investir…

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