Acordei com os
primeiros raios de sol, que timidamente iluminavam o horizonte e transmitiam uma falsa sensação de paz.
Tibéria sentindo
a minha movimentação levantou-se bocejando - Para onde vamos? – era
uma pergunta difícil, ninguém tinha notícias claras sobre a Invasão e não havia
um líder no grupo, todas as manhãs as discussões aumentavam, uns queriam seguir
para norte, procurar protecção nas montanhas, outros para junto das povoações
costeiras a Sul.
- Não sei, vou
falar com o António, devíamos seguir para as montanhas e depois tentar saber
notícias, se os Suevos vieram para pilhar ou para conquistar, os lugares seguros,
precisamos de saber se existe resistência - Tentei falar com confiança, mas
estava confuso e tão assustado quanto Tibéria.
- Décimus,
obrigado por ontem, fez-me bem desabafar – corei e sorri – Come algo, vai ser
um dia duro.
Aproximei-me dos
soldados e dos outros homens que discutiam efusivamente – Não aceito ordens
suas – dizia um homem com um homem gordo e careca com uma túnica rasgada.
António olhou o
homem friamente – As nossas hipóteses de viver mais um dia são reduzidas,
separados e sem armas simplesmente não existem, ou seguimos para sul ou
tentamos refugiar-nos nas montanhas mais a norte, existem lugares inóspitos
onde o saque é reduzido e os Suevos querem é pilhar e solos férteis.
Tossi para
chamar a atenção e todos os rostos se viraram na minha direcção, respirei fundo
e assumi por direito o meu lugar neste mundo inóspito.
- Todos vocês me
conhecem apenas por Décimus, aparento apenas ser um jovem com sorte, que por
algum desígnio divino sobreviveu a tormenta e ao horror da queda da Civitas. Em
parte é verdade, só por sorte estamos aqui hoje e o futuro é demasiado sombrio
para discussões. – parei por um momento, lembrei-me das aulas de retórica e olhei
as dezenas de olhos que me miravam, senti que tinha ganho a atenção e continuei.
- Eu não nasci para ver a minha terra arrasada,
o meu pai se ainda for vivo, Marcus Aetius, senador por direito, descende de um
centurião da primeira colónia de veteranos que conquistaram com o seu sangue e
honra a Hispânia para glória de Roma. Assim, por direito assumo a liderança
deste grupo e o rumo é só um, norte.
Depois de um
momento de silêncio, Tibéria
aproximou-se e com toda a confiança colocou-se a meu lado.
- Eu sigo-te – a sua voz soou forte e logo foi repetida por todos. Os soldados aproximaram-se
olhando para mim com respeito tendo em conta o meu estatuto, agora não os podia
deixar mal. O rumo era as Montanhas, o
caminho longo e difícil.
keep going....ta fixe!!
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