Respirei
fundo olhei as estrelas, suspirei, abafei uma vontade de gritar e chamei-me mil
vezes estúpido.
Liguei o rádio, arranquei em direção ao rio, era
madrugada, percorri as ruas de Lisboa até chegar a Belém.
Parei o carro
perto da Doca do Bom Sucesso, no rádio tocava;
O cheiro dela inundava-me o pensamento era uma mistura
de pensamentos o meu cérebro queria esquecer, dizia-me “foi só sexo, foi uma
noite, esquece”.
Mas o cérebro pouco manda, mesmo naqueles que se
intitulam racionais.
Todo o meu íntimo sentia uma angústia um fatalismo
profundo fruto de uma ilusão, de um momento, que de sublime passou a uma catástrofe
intima.
Escrevi e apaguei dez mensagens, “O que queres de mim?”,
“Amo-te”, “Foi só sexo?…"
Apaguei as todas, o meu orgulho ferido não me permitia
ser patético, aguentaria sozinho a tormenta de a esquecer, mesmo quando a
imagem dela não me deixava um segundo.
Passei mais de duas horas neste torpor – Fodasse chega!
e arranquei para casa.
Estacionei, olhei pela centésima vez para o telemóvel,
nada. Deitei-me e quando finalmente me deixei adormecer o despertador tocou.
Era um novo dia,
teria de ser forte e nada como uma corrida matinal e uma saída com amigos para
esquecer.
Disse para mim mesmo, estavas carente, sentias algo
por ela, algo que estava adormecido e a vida continua.
Mas Portugal é pequeno e o mundo está cheio de coincidências…
https://youtu.be/NQwsiIlIfH8
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