Volto a publicar excertos de uma nova história ficcional, deixando a minha imaginação trabalhar.
O compromisso será uma página por semana.
“Amor em tempo de pandemia.”
A história da humanidade é uma roda, períodos de paz e prosperidade, tempos de tristeza morte e dor.
Nós somos os atores, cada um com a sua história, a sua versão, o seu destino.
Eu era um homem só, com muita gente próxima, mas sentindo-me sempre sozinho, alheado, mantendo um status quo, mas fervilhando por dentro.
Até aquela noite.
Podemos viver 100 anos, mas existem noites e dias que nos marcam, onde é raro o dia que não se faça um flashback na nossa mente e toda a nossa essência volte atrás no tempo e espaço.
Poderia ter resumido e dito, recordar. Mas tenho alturas em que gosto de me perder no labirinto das frases, mais agradável na maioria das vezes que o labirinto da própria vida.
Nessa noite, num lugar longínquo, quente, húmido, senti-me jovem, senti que o tempo tinha parado, não existia nada mais.
O cenário idílico, o calor de dois corpos sedentos, o sorriso, a quietude do carinho, a ligeireza da vida, amanhã parecia sempre longe demais, era o agora, segundos, minutos, horas.
O fim do tabu sobre o amor, aquela coisa estranha que ninguém consegue medir, explicar, que cada um sente da sua maneira, ou até de quem o diz muitas vezes e nunca sentiu.
Todos os capítulos possuem um fim, o regresso à realidade, ao peso da vida, dos compromissos, dos objetivos, da exigência, é a máquina que nos mutila todos os dias um pouco.
Preferia falar só de amor, mas a roda da vida nunca para.
Tudo tinha mudado, tudo, novas histórias, novos fatos, mudanças e na realidade todo o mundo mudou.
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