terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Um conto...

 Andei a vasculhar os "rascunhos" do blog, tenho cerca de 30 posts que nunca publiquei...

Este tem mais de 2 anos...até me ri ao ler...

Vou publicar sem qualquer alteração...vou apenas situar, Janeiro de 2014, mudança de ano.

A hora do rascunho indica que possivelmente estaria "perdido" de bêbado, o que sinceramente torna tudo mais interessante.

A ideia era um ser um conto ficcional ou sei lá o que.

Na altura já demonstrava alguma revolta com alguns aspetos do quotidiano e esperança.

Gosto desse André...vamos então ao que interessa, até porque a história incompleta faz-me nos dias de hoje...sorrir.

Penso que na altura não o publiquei por vergonha...
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Para aqueles que acreditam no destino e vivem sem dogmas...

... sedução é a sublime arte de manipular...

Frase minha...

Vamos ao conto;

Sete e meia, o despertador toca, a rotina de sempre, duche, vestir um fato escuro, combinar a gravata com a camisa, café e uma torrada e enfrentar o trânsito rumo a mais um dia de trabalho.

Nessa rotina sobra tempo para deixar a mente divagar.

Aparentemente sou mais um na estatística da sociedade ocidental.

Formatada na hipocrisia para o ser humano crescer na ânsia de ser melhor do que os outros, estudar, ter um bom emprego, casar e passar os fins de semana entre almoços com a sogra, levar os filhos ao futebol e adormecer no sofá enquanto a mulher fala de qualquer coisa desinteressante.

Mas eu  gosto de ter uma vida paralela, um um mundo próprio onde crio as minhas regras, diria que muitos me catalogariam de adúltero, considero o termo redutor, é muito mais do que isso.

São nove da manhã, chego a escritório, olho fugazmente para o telemóvel, duas chamadas não atendidas da minha mulher, de certeza que é algo trivial, ignoro.

Distribuo sorrisos e cumprimentos, a cordialidade é uma arma, sento-me ligo o portátil, e enquanto saboreio mais um café, olho para o email.

Mails de merda atrás de mails de merda, objetivos, frases ridículas, atentados ortográficos.

São dez horas, só me apetece fugir, meter-me no carro, seguir para norte, perder-me naquele profundo olhar que anseio encontrar.

Não sei quem é ela, ela não sabe quem sou, mas sei que um dia por mais sinuoso que seja o meu caminho, por mais estúpidos que sejam os meus dias, por mais cabeçadas que dê, por noites mal dormidas, por encontros e desencontros eu sei que estas algures a minha espera...




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