sábado, 26 de março de 2016

crónica do naufrágio...

Aproveito que chove copiosamente.

Um manto de neblina cobre a paisagem, não consigo ver o rio que segue o seu curso, apenas oiço.

As ruas enfeitadas com flores de papel tingido sofrem com a humidade e queda de água.

Parecem o rosto maquilhado de uma mulher após uma noite intensa de amor.

Não deixa de ser belo, numa escala dramática.

 Para mim o belo sem a magia do drama, da capacidade de nos surpreendermos, da impulsividade, do fazer depois pensar e enfrentar as consequências, não existe é mero exercício racional.

Não gosto,  influenciado pela literatura, personalidade, sonhos, sinto  que o universo, para quem é perspicaz, irá criar a conjunção para que o curso da vida seja vivida assim.

Embora não deixe de ser contraditório, quando sinto que tento viver da forma como descrevi e sinto que no universo que me rodeia não existe essa empatia, a mesma  vontade de arriscar de viver, torno-me automaticamente racional, raramente retrocedo.

Aos trinta e poucos comecei a registar as minhas memórias, o que vi pelos meus olhos, o que senti em determinados momentos contextos ao longo da minha vida.

Acho que gostava de desligar metade do meu cérebro, demasiado frenético, confuso, contraditório...

É estranho, um mau feeling? Quiçá...adiante que é um problema meu =)

Tenho aproveitado para aumentar o índice de leitura, afetado por mudanças intensas a nível profissional.

Tenho-me dedicado à fantasia, ao romance histórico (de longe o meu favorito) e a história das secretas dos EUA (aqui funciona a formação académica)...

Correr tornou-se um sacrifício que tenho aguentado com uma dor demasiado penosa no meu joelho direito.

Hoje, acendo a lareira,  o candeeiro de leitura, puxo do cadeirão de madeira, aproximo da janela coberta de gotas da chuva que cai sem cessar e ...











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