segunda-feira, 13 de junho de 2016
a "insignificância" da nossa passagem pelo planeta que batizamos como Terra
Os meus críticos diriam lá vem o tipo negativo, o tipo chato.
Sim, sou eu, mas hoje não se trata de falar de mim nem dos milhões de refugiados e vitimas de guerra, maltratos e miséria que habitam o nosso planeta.
No fundo é ridículo falar de mim quando o mundo atravessa uma das maiores crises de valores de todos os tempos. Por mais que leia, que estude nunca compreendi a "civilização.
Mas nada de dispersar como é apanágio, mas sou assim, como evitar.
Hoje vou falar de algo que me faz refletir desde novo, a "insignificância" da nossa passagem pelo planeta que batizamos como Terra...
Quem um dia irá contar a minha "história"? Quem irá recordar os meus momentos embaraçosos? Os meus primeiros passos? O meu primeiro "cesto" no Basket? O meu primeiro beijo? O meu primeiro amor? O último amor? As noites em que me entreguei? Os dias em que me afastei? O meu sorriso, as minhas lagrimas, o meu discurso desconexo...
Ao fim de algum tempo, ninguém...
Ontem final do dia, no campo, os barulhos da natureza, canto dos pássaros, vento, riso de crianças nas proximidades a brincar, adultos a conversar sobre assuntos mundanos.
Eu estava a quinze metros sentando num lado de uma cama, janela meio fechada, abafando os raios de luz ainda fortes, mas deixando entrar os sinais da azafama exterior.
Do outro lado da cama um homem moribundo, no limiar do fim da vida, sem forças para falar sem forças quase mexer os braços debilitados.
Mas o olhar, cada vez que fitava aqueles olhos expressivos a observar-me, sentia-me impotente, minúsculo...era o mesmo olhar...o mesmo carinho e admiração.
Tantas recordações, tantas aventuras que vão acabar por "morrer"...
Sei que a maioria não quer saber dos nossos passeios, das idas ao ZOO, de percorrermos Lisboa toda a pé, de calcorrearmos Azeitão inteiro na companhia dos nossos cães para observar aves, das nossas conversas sobre história, politica e vida.
Do teu ar austero mas ao mesmo tempo bondoso, dos valores que me passaste.
De Penha Garcia, de Castelo Branco, do Vale Feitoso, das corujas, mochos, corvos e da minha insana loucura por animais...
Apesar de ser uma luta inglória, vou combater a "insignificância" da nossa passagem...pois uma parte do que sou devo-te a ti.
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