Lembro-me de mil sonhos, de mil ideias, de uma filosofia de vida.
Durante anos deixei esses sonhos desvanecerem-se, habituei-me a seguir o caminho, vendado, sem opinião, sem convicção, resignado.
Um simples autómato, contrariado, irritado, ausente, mas cumpridor.
Quando detestas o que o que te tornaste, quando te olhas ao espelho e não te reconheces, quando sentes que poderias ser mais do que és, quando poderias ser tu e não outra coisa qualquer...
Habituaste a viver na mediocridade, chafurdas nela, aprendes a sobreviver, mas quando paras e olhas para ti, quando meditas sentes-te mais um.
Vês o relógio da vida a percorrer o seu inexorável caminho, vês os cabelos brancos, as rugas, o brilho dos olhos a definhar.
Perdes todas aquelas fugas à rotina que te davam algum "oxigénio"...
Fica uma mão cheia de nada, um impulso de fuga, de fazer uma loucura, de gritar, de esmurrar, de soltar...
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