Não posso chamar aquela escaramuça de batalha, éramos um grupo nervoso e mal amarmado que encontrou, sem qualquer internação, um grupo de Suevos, guerreiros experimentados mas cansados de uma noite de pilhagem, bebida e violação.
Ouvi Daerlig e juntou o meu ombro esquerdo ao escudo dele na frente da nossa formação defensiva que ocupava toda a via apesar de apenas ter dois homens de profundidade. O meu desejo era fugir, desaparecer deste mundo que tinha alterado toda a minha percepção da vida num curto espaço de tempo.
Estranha forma de me tornar homem, lutando para matar e não ser morto, sobreviver ileso, ganhar o respeito dos nossos e sobretudo do inimigo.
Estava calor o suor marcava o rosto dos homens e a,alguns deixavam transparecer em demasia o medo que sentiam, urinando incontrolavelmente pelas pernas abaixo.
O líder suevo destacou-se dos seus homens, era enorme, um gigante nórdico, cabelo e barba hirsuta, coberto de couro, com um enorme machado, grunhiu num mão latim.
- Sou Mardig, senhor da guerra e terror dos romanos vermes, tenho ordens do meu senhor Hemerico para matar todos os romanos que encontrar, quem chefia essa ralé?
Daerlig avançou um passo - Eu falo por todos Mardig e vou fazer-te grunhir como o porco sujo que és.
- Ahahah, um romano com coragem, algo difícil de encontrar nos dias de hoje. Estupidamente movi-me para ripostar o insulto mas o saxão empurrou-me para trás.
- Romano retira o elmo, deixa-me ver quem vou sangrar primeiro. Daerlig retirou o elmo e sorriu para os Suevos.
- Cão porque lutas pelos romanos contra os teus? - Daerlig esboçou um esgar - Mardig sou saxão e não suevo, luto pelos meus princípios e matar, violar inocentes não gazem parte dos mesmos.
O saxão recuou para a nossa tênue linha defensiva - levantem os escudos, sustenham os golpes de Machado e golpeiem sempre que sentirem uma brecha.
- Respira Decimus, senão ainda morres antes dos bastardos chegarem perto de ti. Sorrimos todos com o avontade do velho guerreiro, ergui o escudo empunhei o gládio e afastei os pensamentos cobardes que até a pouco tempo assolavam o meu coração.
E tudo começou...