sexta-feira, 3 de novembro de 2017

um conto parte II

Louco, na realidade naquele momento esqueci tudo, entrei numa dimensão onde o prazer jorrava por em cada poro da minha pele.

Ambas as línguas moviam-se freneticamente, os olhos transmitiam cumplicidade, como se os dois corpos ansiassem por se reencontrarem.

Era a personificação da química, o tempo parou, era o nosso momento, de uma forma natural as nossas mãos tocaram-se, palma contra palma, respiração ofegante, gemidos de prazer.

Até que ambos os corpos se fundiram, lentamente, num encaixe perfeito, olhos nos olhos, rostos a transparecer o prazer da envolvência e o ritmo aumentar.

O corpo dela era esguio, suave, perfeito nas suas pequenas imperfeições, o sorriso era arrebatador.

O olhar era meigo com um toque de perversidade que desmoronava qualquer defesa que o meu subconsciente pudesse criar.

Calor, suor, risos, palavras em forma de sussurro ao ouvido, não era sexo, para mim parecia-me algo próximo do amor.

Até que o telefone  toca, ela muda, retrai-se, o corpo retesa-se.

Fico expectante, a excitação abandona gradualmente o meu corpo.

- Atende, sem problemas - digo eu num tom suave.

Noto desconforto no olhar dela, segura no telemóvel e afasta-se de mim e diz baixinho.

- Olá amor, estava a dormir...

A continuar....

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