A chamada deve ter durado trinta segundos, os trinta segundos mais penosos da minha.
A magia tinha desaparecido na totalidade. Após o telefonema o silêncio transformou-se numa espécie de tortura, falas tu ou falo.
Sempre fui péssimo nesse "jogo" e resolvi abrir as hostilidades.
- Quem era? - disse num tom mais autoritário do que desejava.
- Era o meu marido, sou casada faz cinco anos e agora que caí em mim foi tudo um erro, uma fraqueza momentânea, um fetiche - disse ela num tom gélido.
Olhei o teto, suspirei, balbuciei - Já tinha percebido ou imaginado que eras casada, ou que terias alguém pela marca no dedo - era mentira mas quis parecer mais forte do que realmente me sentia.
- Agora chamares-me de "erro"... - e calei-me.
- Sim um erro, um erro do meu libido, um simples ato carnal - repetiu ela.
O meu corpo tinha gelado, vesti-me atabalhoadamente de costas para ela, enrolada nos lençóis.
Vesti o casaco e dirigi-me à porta.
- Diz-me alguma coisa se estes trinta minutos foram apenas um equivoco.
- Adeus...
Era madrugada saí em direção ao carro, numa noite tinha vivido, paixão, prazer, sensações únicas e também sentido frieza, o verão e o inverno...
Continua
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