terça-feira, 10 de setembro de 2013

Portugal profundo...


Sempre fui do contra, é defeito é feitio, cada um tem a sua opinião eu defino como "personalidade forte".

Acho que nenhuma frase me define melhor...



Desde que sou gente que procuro conhecer as minhas raízes, de onde vi, onde cresci, quem me pegou ao colo, com quem brinquei, os meus antepassados, em suma a minha genologia.

Em traços gerais as minhas raízes são minhotas e beirãs (beira baixa). Vivi em Lisboa, Almada, Guimarães, Almada, Nordeste (S. Miguel), Almada, Seixal, Lisboa e novamente Almada.

Não vou ser consensual, não gosto de começar pelo principio, vivi 80% da minha vida na Margem Sul, conheço quase todos os recantos de Almada e Seixal.

Ainda hoje o ritual fazer de fazer jogging, saindo da minha casa e ir almoçar aos meus pais percorrendo 8km em ritmo de corrida, passando junto a locais onde ocupei largo tempo da minha juventude faz-me pensar nos amigos nas aventuras e desventuras de uma adolescência feliz. 

E com 33 anos encontro sempre um rosto familiar, alguém que foi ficando e a troca de um sorriso caloroso é uma recompensa para o cansaço físico.

Campolide, vivi nesse pitoresco bairro Lisboeta durante os meus dois primeiros anos de vida, rezam as crónicas, nada imparciais, fazia a delicia dos mais velhos graças a um língua atrevida e um sorriso fácil. 

É raro o ano onde não desço a Rua de Campolide e entro nas velhas lojas e sou recebido pelos velhos donos com um forte abraço ou beijo, o velho Antero Merceeiro, D. Isabel da padaria entre outros que infelizmente já partiram.

Já adulto e independente passei um ano em Campo de Ourique, pitoresco, agradável, boémio, mas vamos deixar o mundo urbano, partimos para a essência de Portugal, desconhecido de muitos.

Férias em Barcelos, junto ao rio Cávado, Castelo de Faria, terra de gente afável e simples, fascinado pelo mundo campestre, pela pastorícia do gado bovino, pela ordenha, pelas vinhas, pelas dezenas de primos, romarias e festas.

Origens em Penha Garcia, terra de contrabandistas, aldeia pequena com castelo no topo, gente de pele curtida pela idade mas sábia. Para lá chegar depois de passar Castelo Branco, ainda temos e enfrentar uma hora de longo caminho. Invernos frio, Verões escaldantes, bons pratos de caça (javali, veado). Termas em Monfortinho e Espanha ali ao lado.

Nordeste, São Miguel, num recanto da Ilha, longe de Ponta Delgada, vegetação luxuriante, flores como as hortênsias e azáleas são comuns. Miradouros esplendorosos, o azul profundo do oceano atlântico uma povoação perdida no tempo. 

Vivi no nordeste entre 1983 e 1985, voltei em 2006 e 2008, pouco mudou, os meus poucos retratos mentais e os slides que retrataram a minha presença naquele recanto demonstram que a mudança é residual. 

A beleza bucólica, o ar das gentes é o mesmo, reencontro velhos conhecidos, trocam-se abraços bebe-se um copo.

Um dia destes continuo a partilha...mas agora tenho um romance para escrever












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