sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

um conto parte XI

O calor abundava, caminhávamos pelas ruas, descontraídos, com pouca roupa, felizes.

Sem telemóvel, sem relógio, eramos nós, numa metrópole de milhões de habitantes nada importava.

Eu sorria, sorria como uma criança, de forma genuína, apaixonada.

 Esquecia um passado amoroso que tinha deixado profundas feridas no meu intimo.

Trocas de olhares, cumplicidade, caricias, beijos apaixonados, parecia que nos conhecíamos fazia anos, quiçá fazia uma vida inteira.

A expressão corporal, a química era intensa, automática, natural.

Numa palavra, fluía...


Arrisquei e balbuciei.

 - Gosto de ti - disse-o de uma forma tímida, mas honesta, com medo de me precipitar, de deitar todo a perder pela minha impetuosidade.

Ela parou, olhou nos meus olhos, encostou os lábios junto aos meus, de uma forma leve e provocadora, arrastando suavemente a boca dos lábios em direção ao meu pescoço, subindo levemente até a orelha.

- Eu também acho que gosto de ti - disse-o a sorrir, encantando-me cada vez mais a cada segundo que estávamos juntos.

Sentia-me leve, apaixonado, vivo, desejado, longe daquela pessoa que tinha iniciado a viagem, sozinho, a tentar esquecer algo, um passado.

Mas também sentia medo, de gostar demais, de sofrer, de me entregar e cair.

Mas no fundo também sabia, que se caísse, teria sempre de encontrar força para voltar a levantar.




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