A minha pergunta gerou silêncio.
Olhos nos olhos, senti que a expressão dela transmitia tristeza pela minha questão.
- Entreguei-me a ti desde o momento em que te vi, sem contemplação, sem duvidas, repleta de um sentimento avassalador, que nunca tinha sentido por ninguém.
- Vi umas fotos tuas... - disse timidamente.
- Viste o meu passado, tu és o meu presente e se quiseres serás também o meu futuro - respondeu ela com convicção.
Ficamos uns segundos que pareceram horas a olhar um para o outro, imóveis, na expectativa.
Sorri, avancei, coloquei as minhas mãos na cintura dela, peito com peito, sussurrei-lhe ao ouvido.
- Amo-te.
Ela afastou um pouco o rosto, olhou-me com expressão de felicidade, tal como alguém que enfrenta uma tempestade e vence.
Beijámos-nos, como se dependesse disso a nossa vida, um beijo intenso, duas bocas sedentas uma da outra.
Era verdade, sentia um amor avassalador e era retribuído, o tempo podia parar...
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