Entrou acompanhada.
Vestia uns jeans justos e uma t-shirt branca, a simplicidade sempre lhe caiu bem.
Tinham passado quase dez anos desde a última vez que nos tínhamos visto.
Foi uma conversa "estranha", onde devido a ter o coração demasiado perto do cérebro, nunca soube ler nas entrelinhas que quiçá tinha sido a última.
Demorei tempo a processar, nunca cheguei a compreender, mas o lado pragmático de quem já passou por muito obrigou a que seguisse em frente, ou quiçá para trás. Fica sempre a dúvida.
E ali naquele "fim de mundo", onde apenas procurava perder-me em mil pensamentos na companhia de álcool acabei a reviver o passado.
Continua bonita, talvez mais sensual que bonita, o olhar e a expressão idênticos. Uma tortura olhar sem relembrar o toque e o fogo daqueles lábios colados aos meus.
Sentaram-se numa mesa atrás de mim. Juro que tentei não olhar, resisti meia dúzia de minutos.
Acabei por olhar, meio tímido, meio despercebido, totalmente tonto.
E ouvi.
- Olá...
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