terça-feira, 15 de dezembro de 2015

XIX

Era noite Parei a porta de um bar.  Um daqueles bares de terra pequena, cheio de homens, homens de aspeto gasto por noites e noites de consumo de bebidas em excesso.

Homens que mais nada faziam a não ser trabalhar e beber. Também haviam mulheres, poucas.

Parei na soleira da porta. Observei e recuei. Não era aquilo que queria para aquela noite.

Meti-me no carro, segui até uma enseadada junto ao Rio Zêzere, parei, deixei o rádio ligado, abri a porta-se deixei-me estar encostado ao capot, fechei os olhos e imaginei.

Imaginei que estava num quarto, não se onde, um quarto com pouca luz e a Inês sorria se forma tímida para mim.

O meu corpo aproximou-se do dela de forma lenta, absorvendo todo o calor que ela emanava.

 Sorri também, parecíamos dois miúdos, que descobriam a sensação de desejar alguém de forma pura e simples.

Trocamos um beijo, beijo que começou tímido e foi crescendo até a nossa boca se fundir e os nossos corpos se entrelaçarem unidos por um amor inabalável, profundo.

Ela tirou a minha roupa, explorou o meu corpo enquanto a minha respiração acelerava, o prazer era intenso, despia-a, a sua pele era clara,  o corpo era de uma sensualidade única, beijei cada centímetro da sua pele mas aquele olhar profundo.

Tão profundo que me fazia perder o sentido de tudo, que olhar acompanhado por uma expressão, misto de prazer e de uma solenidade capaz de deixar na dúvida o mais confiante dos homens.

Já nus deitamo-nos numa cama, beijos, carícias, excitação, amor, olhares trocados, empatia, química, desejo, tudo junto em dois corpos em simbiose.

Até que começamos a fazer amor, era mesmo amor.

Nesse momento abri os olhos, ela não estava aqui, só o barulho da água e música.

Foi nesse momento que chorei, que realmente percebi, a Inês não está nem vai estar aqui.



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