Era noite Parei a porta de um bar. Um daqueles bares de terra pequena, cheio de homens, homens de aspeto gasto por noites e noites de consumo de bebidas em excesso.
Homens que mais nada faziam a não ser trabalhar e beber. Também haviam mulheres, poucas.
Parei na soleira da porta. Observei e recuei. Não era aquilo que queria para aquela noite.
Meti-me no carro, segui até uma enseadada junto ao Rio Zêzere, parei, deixei o rádio ligado, abri a porta-se deixei-me estar encostado ao capot, fechei os olhos e imaginei.
Imaginei que estava num quarto, não se onde, um quarto com pouca luz e a Inês sorria se forma tímida para mim.
O meu corpo aproximou-se do dela de forma lenta, absorvendo todo o calor que ela emanava.
Sorri também, parecíamos dois miúdos, que descobriam a sensação de desejar alguém de forma pura e simples.
Trocamos um beijo, beijo que começou tímido e foi crescendo até a nossa boca se fundir e os nossos corpos se entrelaçarem unidos por um amor inabalável, profundo.
Ela tirou a minha roupa, explorou o meu corpo enquanto a minha respiração acelerava, o prazer era intenso, despia-a, a sua pele era clara, o corpo era de uma sensualidade única, beijei cada centímetro da sua pele mas aquele olhar profundo.
Tão profundo que me fazia perder o sentido de tudo, que olhar acompanhado por uma expressão, misto de prazer e de uma solenidade capaz de deixar na dúvida o mais confiante dos homens.
Já nus deitamo-nos numa cama, beijos, carícias, excitação, amor, olhares trocados, empatia, química, desejo, tudo junto em dois corpos em simbiose.
Até que começamos a fazer amor, era mesmo amor.
Nesse momento abri os olhos, ela não estava aqui, só o barulho da água e música.
Foi nesse momento que chorei, que realmente percebi, a Inês não está nem vai estar aqui.
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