Grávida, grávida, grávida, disse uma centena de vezes a palavra no meu subconsciente.
O tempo que demorei a reagir pareceu uma eternidade. E foi ténue, a minha maneira de lidar com o choque e a perda é singular.
- Parabéns Inês espero do coração que tudo corra bem para ti e o bebé - foi o que consegui dizer antes de me levantar e virar costas.
- Espera - virei-me e encarei o olhar dela. percebi naquele o momento o porque de a amar com toda a minha alma.
Aquele olhar profundo onde eu conseguia "ler" aquilo que mais ninguém via, os traços do rosto dela mesmo triste incendiavam o meu coração moribundo. Eu tinha a chave do cofre mas não o podia abrir.
- A sério que te amo João, lutei contra isso, repudiei-me, achei que era tudo errado, mas enganei-me, foi o maior erro da minha vida.
- Obrigado pela simpatia, boa sorte com a tua vida Inês - soa a estúpido mas foi o que consegui dizer antes de sair do restaurante abruptamente.
Andei cerca de uma hora a vaguear pelas ruas de Lisboa, sem destino motivo o razão, andava para não me sentar e encaixar todas as peças.
Voltei ao escritório, sentei-me e chorei do nada, não sei se chorei de raiva, de resignação ou mesmo desespero.
Pensei em ligar a Marisa, o sexo ia fazer-me bem, desisti era uma ilusão, depois viria o vazio.
Fui lavar a cara, voltei, apaguei o número da Inês, eliminei todos os registos nas redes sociais que me podiam levar a ela.
Fui ao email, em tempos tinha recebido um convite tentador para ir para o Reino Unido trabalhar, tinham-me dado três meses para ponderar se aceitava a mudança para Gales.
Estive mais de vinte vezes pronto a responder que não aceitava, mas aguardei sempre. Provavelmente eu sabia que iria ter de aceitar, de mudar, de reencontrar-me, longe de tudo e todos.
E aceitei, era tarde quando tinha a carta de despedimento pronta, deixei a entrega para o dia seguinte, era demasiado tudo no mesmo dia.
Estava triste, demasiado triste mas não iria deixar que a tristeza ultrapassasse o limiar do meu amor por mim.
Saí entrei no carro, meti um velho cd dos meus dezassete anos e fui beber um copo...
- Obrigado pela simpatia, boa sorte com a tua vida Inês - soa a estúpido mas foi o que consegui dizer antes de sair do restaurante abruptamente.
Andei cerca de uma hora a vaguear pelas ruas de Lisboa, sem destino motivo o razão, andava para não me sentar e encaixar todas as peças.
Voltei ao escritório, sentei-me e chorei do nada, não sei se chorei de raiva, de resignação ou mesmo desespero.
Pensei em ligar a Marisa, o sexo ia fazer-me bem, desisti era uma ilusão, depois viria o vazio.
Fui lavar a cara, voltei, apaguei o número da Inês, eliminei todos os registos nas redes sociais que me podiam levar a ela.
Fui ao email, em tempos tinha recebido um convite tentador para ir para o Reino Unido trabalhar, tinham-me dado três meses para ponderar se aceitava a mudança para Gales.
Estive mais de vinte vezes pronto a responder que não aceitava, mas aguardei sempre. Provavelmente eu sabia que iria ter de aceitar, de mudar, de reencontrar-me, longe de tudo e todos.
E aceitei, era tarde quando tinha a carta de despedimento pronta, deixei a entrega para o dia seguinte, era demasiado tudo no mesmo dia.
Estava triste, demasiado triste mas não iria deixar que a tristeza ultrapassasse o limiar do meu amor por mim.
Saí entrei no carro, meti um velho cd dos meus dezassete anos e fui beber um copo...
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