segunda-feira, 30 de novembro de 2015
Hoje vou falar de alguém...
Nada de nomes...apenas uma história de alguém que conheço.
Vou falar de um miúdo que hoje é um homem. Um miúdo igual a tantos outros, talvez mais introspectivo, mas sociável, com amigos, família, sonhos e muita ilusão.
Esse miúdo foi crescendo, ganhando consciência, mantendo as ilusões intactas, sonhando que poderia mudar o mundo. Um dia, com dezassete anos, a caminho da escola parou, não conseguia andar, sentia-se ofegante, sem força. A sua essência era lutar, levantou-se e o caminho que demorava cinco minutos fez em trinta.
Pensou que tinha sido algo momentâneo, guardou para ele, até esse episódio sempre fora forte.
Mas a falta de força continuava, os vómitos eram constantes, não conseguia dormir nem comer.
Conseguiu esconder durante uma semana, teve medo, pensou que teria a solução mas não.
Um dia caiu à frente dos seus, não dava mais, era penoso, o sofrimento atroz, estava no limite.
Foi a vários médicos, várias questões e teorias mas as respostas não surgiam.
Perguntaram-lhe se tomava drogas e ele chorou.
Chorou de raiva de sofrimento da incapacidade em entenderem o que sentia.
Um dia deixou de conseguir sair da cama, as forças tinham acabado, só havia trevas.
Foi para o Hospital, família desesperada, passaram dez horas, sentado a agonizar numa cadeira de rodas. "Ele tomou drogas?"
Era a pergunta frequente das profissionais de saúde, a família agunizou, as perguntas sem sentido e a inércia acabavam por criar ainda mais desconforto.
E de repente entrou em coma, o corpo cedeu, a mente também, aquele miúdo sonhador sucumbiu.
Lutou até à exaustão, durante semanas assistiu à degradação do seu corpo e mente, manteve-se calmo, lúcido, sem criar desespero, apesar de saber no seu íntimo que era grave.
Esteve quase doze horas em coma, um médico mais afoito compreendeu os sinais. E ele sem saber continuava a lutar pela vida.
Acordou, sem saber onde estava, calmo, demasiado calmo, os pais choravam, os amigos idem.
Sentia-se tonto, estava a recuperar ia demorar mais dois dias até voltar a andar. Os pais não tiveram coragem de lhe dizer, foi o médico.
E disse que o rapaz tinha uma doença que o iria acompanhar para o resto da vida, dependendo da sua atitude não o iria limitar em nada caso contrário seria sempre uma vida de mal estar.
Esperaram que ele se revoltasse, chorasse, se tornasse agressivo, precisasse de um psicólogo.
Mas ele apenas perguntou quando podia ir para casa.
E sei que com altos e baixos está bem.
É um homem saudável e nunca fez da sua história uma justificação para os seus falhanços.
Vou falar de um miúdo que hoje é um homem. Um miúdo igual a tantos outros, talvez mais introspectivo, mas sociável, com amigos, família, sonhos e muita ilusão.
Esse miúdo foi crescendo, ganhando consciência, mantendo as ilusões intactas, sonhando que poderia mudar o mundo. Um dia, com dezassete anos, a caminho da escola parou, não conseguia andar, sentia-se ofegante, sem força. A sua essência era lutar, levantou-se e o caminho que demorava cinco minutos fez em trinta.
Pensou que tinha sido algo momentâneo, guardou para ele, até esse episódio sempre fora forte.
Mas a falta de força continuava, os vómitos eram constantes, não conseguia dormir nem comer.
Conseguiu esconder durante uma semana, teve medo, pensou que teria a solução mas não.
Um dia caiu à frente dos seus, não dava mais, era penoso, o sofrimento atroz, estava no limite.
Foi a vários médicos, várias questões e teorias mas as respostas não surgiam.
Perguntaram-lhe se tomava drogas e ele chorou.
Chorou de raiva de sofrimento da incapacidade em entenderem o que sentia.
Um dia deixou de conseguir sair da cama, as forças tinham acabado, só havia trevas.
Foi para o Hospital, família desesperada, passaram dez horas, sentado a agonizar numa cadeira de rodas. "Ele tomou drogas?"
Era a pergunta frequente das profissionais de saúde, a família agunizou, as perguntas sem sentido e a inércia acabavam por criar ainda mais desconforto.
E de repente entrou em coma, o corpo cedeu, a mente também, aquele miúdo sonhador sucumbiu.
Lutou até à exaustão, durante semanas assistiu à degradação do seu corpo e mente, manteve-se calmo, lúcido, sem criar desespero, apesar de saber no seu íntimo que era grave.
Esteve quase doze horas em coma, um médico mais afoito compreendeu os sinais. E ele sem saber continuava a lutar pela vida.
Acordou, sem saber onde estava, calmo, demasiado calmo, os pais choravam, os amigos idem.
Sentia-se tonto, estava a recuperar ia demorar mais dois dias até voltar a andar. Os pais não tiveram coragem de lhe dizer, foi o médico.
E disse que o rapaz tinha uma doença que o iria acompanhar para o resto da vida, dependendo da sua atitude não o iria limitar em nada caso contrário seria sempre uma vida de mal estar.
Esperaram que ele se revoltasse, chorasse, se tornasse agressivo, precisasse de um psicólogo.
Mas ele apenas perguntou quando podia ir para casa.
E sei que com altos e baixos está bem.
É um homem saudável e nunca fez da sua história uma justificação para os seus falhanços.
domingo, 29 de novembro de 2015
Um conto parte XV
Enquanto a Inês se dirigia para o almoço combinado pelo namorado em Lisboa terminava o jogo de basquetebol do João.
- Hoje foi duro, estavas muito agressivo é tudo falta de sexo? - Oh Bias vocês lá no Alentejo são muito moles - retorqui com uma sonora gargalhada.
- Engraçadinho, olha que me safo bem, sobretudo cotas, adoro - Ainda bem que vives a sul tu e o Rui na mesma cidade era de fugir, passado um ano abria a liga dos cotas cornudos.
Acabamos todos a rir, a tensão do jogo ficava imediatamente para trás, sempre foi assim, nada como uma boa gargalhada, um duche e um belo almoço de amigos.
- Então onde almoçamos? - perguntou o Nuno - Pode ser na minha casa, juntam-se num carro, encomendo por telefone uns frangos e acompanhamos com uma grade de cerveja - disse o José.
- Hoje foi duro, estavas muito agressivo é tudo falta de sexo? - Oh Bias vocês lá no Alentejo são muito moles - retorqui com uma sonora gargalhada.
- Engraçadinho, olha que me safo bem, sobretudo cotas, adoro - Ainda bem que vives a sul tu e o Rui na mesma cidade era de fugir, passado um ano abria a liga dos cotas cornudos.
Acabamos todos a rir, a tensão do jogo ficava imediatamente para trás, sempre foi assim, nada como uma boa gargalhada, um duche e um belo almoço de amigos.
- Então onde almoçamos? - perguntou o Nuno - Pode ser na minha casa, juntam-se num carro, encomendo por telefone uns frangos e acompanhamos com uma grade de cerveja - disse o José.
O José é o tipo certinho, muito responsável, fiel à namorada, diretor de uma multinacional, uma espécie de equilíbrio na balança.
O Bias e o Nuno são o oposto e eu ainda estava à procura do meu rumo, eram estas diferenças que faziam de nós uma espécie de irmandade assim para o peculiar.
E lá fomos os quatro almoçar. A viagem era rápida, paragem em Telheiras, o bairro dos trintões de classe média alta.
- Sabem que o João está apaixonado? Uma tipa casada ou com namorado e não lhe liga nenhuma! - estava a achar estranho o Nuno ainda não ter dito nada.
- A sério? - perguntaram os outros dois quase em uníssono - É mais ou menos isso - disse sem grande entoação.
- Deixem ele beber umas médias que conta tudo com uma lágrima no olho - insistiu o Nuno.
- Só se tu contares as tuas aventuras com cotas casadas, as estrangeiras e afins - não era mentira nenhuma ele tinha tido mais casos do que eu imaginava.
- Continuas no mercado da América do Sul? - perguntou o José, curioso com o avontade do amigo para seduzir mulheres.
- Claro, sem tabus sem grandes conversas, são as melhores. E tu "Romeo" já tiveste alguma? - o sacana tinha tirado o dia para me chatear.
- Sinceramente não, nem preciso o Nuno conta-me tudo até com demasiados pormenores.
Lá consegui desviar as atenções, os homens acham sempre mais piada a histórias lascivas do que a paixões sem rumo ou futuro.
Já no sofisticado apartamento que o José partilhava com a Sandra, relacionamento que tinha começado na adolescência, ainda estava a dar o primeiro gole na cerveja quando entram duas mensagens no telemóvel.
Resisti e não abri as mesmas, continuei a ouvir a conversa deles sobre a vizinha do José, hospedeira de bordo com uma silhueta muito luxuriante.
Passaram trinta minutos e após a terceira cerveja resolvi ler.
"Olá, tenho pensado em ti, beijo Inês"
Fiquei a flutuar no tempo e espaço, faltava ler a outra...
sábado, 28 de novembro de 2015
Destino Azeitão #bomdia
Depois de uma sessão de cinema noturna, nada como acordar e ver o sol a brilhar, prenúncio de um dia animador.
O destino de hoje é o sopé da serra da Arrábida, Azeitão, disfrutar o tempo, o jardim, aproveitar para estar com a família é usufruir da paisagem para mais um treino físico.
Durante a noite vou provavelmente repetir o programa, livro, filme e talvez troque o café por um fim tónico, quem sabe...
Domingo em Azeitão vai ser de visita de amigos, almoço e copos...também é bom.
Para a semana farei tudo para seguir para norte, rumo ao meu refugio junto ao Tejo...
Uma coisa em comum de todos estes dias, sempre a pensar.
É o vosso fim‑de‑semana?
#bomdia
O destino de hoje é o sopé da serra da Arrábida, Azeitão, disfrutar o tempo, o jardim, aproveitar para estar com a família é usufruir da paisagem para mais um treino físico.
Durante a noite vou provavelmente repetir o programa, livro, filme e talvez troque o café por um fim tónico, quem sabe...
Domingo em Azeitão vai ser de visita de amigos, almoço e copos...também é bom.
Para a semana farei tudo para seguir para norte, rumo ao meu refugio junto ao Tejo...
Uma coisa em comum de todos estes dias, sempre a pensar.
É o vosso fim‑de‑semana?
sexta-feira, 27 de novembro de 2015
#running
A entrar no modo fim-de-semana, vou aproveitar o anoitecer para correr um pouco.
Faz hoje sete dias que me lançava à estrada rumo ao campo, saudades.
Estou um incondicional fã da região centro e ainda tenho muito por conhecer, muito...
#boanoite
quinta-feira, 26 de novembro de 2015
#bomdia
A todos aqueles que estão de férias ou a trabalhar.
Aproveitem, desfrutem, no trabalho pode ser ligeiramente mais difícil, para os sortudos de férias é mais fácil.
Um livro, um filme, um copo com amigos, um jantar, um passeio inesperado, correr num sítio diferente, partilhar algo com alguém especial...sugestões singelas.
Reservem um pouco do vosso dia para vocês...
Eu vou desfrutar de mais um dia no trabalho:)
Deixo a música mais tocada na rádio pelo meu amigo Pinto;
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
Quarta-feira...
Absorto, meio ensonado, a pensar em mil coisas ao mesmo
tempo, chego ao trabalho.
Hoje até me esqueci de beber café…que idiota, o dia vai
correr bem!
Ligo o computador, sigo a rotina diária e li os emails =)
#bomdia
terça-feira, 24 de novembro de 2015
Olha o que eu ouvi...
Cansado, uma hora a correr em alta rotação.
O Porto perdeu, adoro, possivelmente foi o "orgasmo" do dia.
Melhorar a minha comunicação...
No sofá de volta dos livros... #boanoite
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
Curiosidades...
Neste momento estou a ler dois livros e a ver três séries;
- The last kingdom
- Walking dead
- In to the bad lands
Descobri a cidade em Portugal onde as mulheres bebem mais cerveja!
Consegui ouvir duas músicas do Justin Bieber e até fiquei a soletrar uma...
- The last kingdom
- Walking dead
- In to the bad lands
Descobri a cidade em Portugal onde as mulheres bebem mais cerveja!
Consegui ouvir duas músicas do Justin Bieber e até fiquei a soletrar uma...
Hoje vou voltar a escrever...
Nada como o fim‑de‑semana é um "belo início de semana" para ganhar inspiração.
Mas nem sempre temos de ouvir aquilo que gostaríamos...
Mas nem sempre temos de ouvir aquilo que gostaríamos...
domingo, 22 de novembro de 2015
600km
Dá para ouvir muita música, apostei sobretudo na lotaria da rádio e fui surpreendido com alguns clássicos, com a minha idade recordar é viver...
Dois exemplos...
Primeira...
Segunda...
Dois exemplos...
Primeira...
Segunda...
sábado, 21 de novembro de 2015
Crónica de um sábado diferente....
Acordei cedo como habitual, eram nove horas...
Segui o ritual de ficar uns minutos na cama a pensar na vida, levantei-me devagar abrindo de seguida a cortina.
Observei a forma lenta e melancólica como o caudal do rio Tejo seguia o seu curso. Banho, pequeno almoço, café na rua enquanto leio o jornal.
O tempo passa, almoço combinado na Foz do Cobrão, fujo à autoestrada, sigo parando em todos os sítios aprazíveis, Belver é o expoente máximo.
Chego a Vila Velha de Ródão, restaurante fechado. Mudança de planos é sábado nada me prende, apetece improvisar, fazer sem pensar muito.
Destino Marvão, sigo pela nacional, curva contra curva, mal deixo Nisa a paisagem vai ficando mais bela.
Almoço no restaurante Sever, na Portagem antes de subir para Marvão. Boa comida e bebida, mas o que quero mesmo é subir.
Chego a Marvão, local mágico, profundo, já aqui dormi várias vezes. Nada como passear à noite pelas brumas, percorrendo as ameias da cidadela, vivendo a história. Perdendo a noção do tempo.
A visita acaba, sinto-me sempre bucólico quando abandono Marvão. Sigo pela estrada ouvindo música, tendo a noite a cair no horizonte.
Vejo o Benfica, desgraça.
Agarro num livro esqueço o presente, estou no século lV...
Segui o ritual de ficar uns minutos na cama a pensar na vida, levantei-me devagar abrindo de seguida a cortina.
Observei a forma lenta e melancólica como o caudal do rio Tejo seguia o seu curso. Banho, pequeno almoço, café na rua enquanto leio o jornal.
O tempo passa, almoço combinado na Foz do Cobrão, fujo à autoestrada, sigo parando em todos os sítios aprazíveis, Belver é o expoente máximo.
Chego a Vila Velha de Ródão, restaurante fechado. Mudança de planos é sábado nada me prende, apetece improvisar, fazer sem pensar muito.
Destino Marvão, sigo pela nacional, curva contra curva, mal deixo Nisa a paisagem vai ficando mais bela.
Almoço no restaurante Sever, na Portagem antes de subir para Marvão. Boa comida e bebida, mas o que quero mesmo é subir.
Chego a Marvão, local mágico, profundo, já aqui dormi várias vezes. Nada como passear à noite pelas brumas, percorrendo as ameias da cidadela, vivendo a história. Perdendo a noção do tempo.
A visita acaba, sinto-me sempre bucólico quando abandono Marvão. Sigo pela estrada ouvindo música, tendo a noite a cair no horizonte.
Vejo o Benfica, desgraça.
Agarro num livro esqueço o presente, estou no século lV...
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
Programa - acabar de ver o walking dead...ufa acertei
Mas antes nada como uma grande musica intemporal...
parte XIV
O sexo terminou rapidamente, ele estava dominado pela luxúria.
Numa dúzia de movimentos bruscos largou a semente dentro de mim e depois de um beijo pouco aceso adormeceu.
Levantei-me e fui à casa de banho, olhei ao espelho e chorei. Não me reconheci, mudei tanto assim?
Fui beber um chá, olhei para todas as mensagens recebidas do João, li, reli, pensei em como seria fazer amor com ele, tocar, sentir a respiração bem colada a mim.
Estive horas nisto, horas intermináveis, o sono não vinha a cabeça não parava de fervilhar até que finalmente adormeci no sofá.
Acordei com a voz do Rui - Bom dia, ficaste por aqui? - abri os olhos, continuava exausta.
- Bom dia, adormeci a ver televisão, desculpa não ter ido para a cama.
- Não te esqueceste que hoje combinámos almoçar em casa do Jorge e da Mariana? - nem lembrava.
- Claro que sim, vou tomar um duche vestir-me e já saímos para tomar café.
- Eu espero por ti lá fora.
O Rui saiu e enquanto eu tomava duche mandou uma mensagem.
"Olá linda, mais meia hora e estou aí com a Inês, pensa numa forma de nos afastarmos meia horinha, quero para mim"
Nesta altura eu ainda estava longe de descobrir, no futuro iria aprender uma grande lição e desculpem a expressão "quem não fode é fodido"...
- Estou pronta - Então vamos, estou a morrer de fome, a Mariana faz um bacalhau.
terça-feira, 17 de novembro de 2015
Terça ...
Apetecia-me almoçar só lanchei, apetecia-me cerveja foi água, apetecia-me correr em Belém nada fiz...
Trinta e cinco anos e ainda não consegui valorizar mais aquilo que me apetece...
Burro velho...
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
Parte XIII
Cheguei a casa cansada, três horas intermináveis a divagar entre a conversa de circunstância com o Rui e o pensamento concentrado no João.
O que vi naquele gajo presunçoso e trapalhão?
Não sei, sem dúvida que tem um olhar misterioso, um sorriso meio tímido que desarma uma fêmea mais frágil. É um homem bonito mas ao mesmo tempo cativa-me e irrita-me.
Estranho, desde miúda que não me sinto assim.
Mas eu não sou assim, sou pragmática, sei o que quero, quero o Rui, ele é o meu marido, dá-me estabilidade mas senti ciúmes na discoteca.
Tive o cuidado de apagar todas as mensagens mas tal como não consigo tirar o rosto dele da minha cabeça, as palavras surgem em catadupla, "quero-te", "desejo-te", "preciso de te ver".
Maldita a hora em que me sentei ao lado dele, merda para as coincidências.
O Rui levou as malas para o quarto, sentei-me na sala, desliguei o telefone, fechei os olhos.
- Dormes? Vem tomar duche comigo - abri os olhos devagar, não me aapetecia - Não me apetece.
- Anda lá, quero comemorar o teu sucesso profissional, qualquer dia és partner.
- Ok...- não tinha como fugir, descalcei os sapatos e despi o vestido devagar.
Ele já estava nu, dentro da banheira, entrei, ele espalhou água tépida pelo meu corpo, fechei os olhos enquanto me tocava no peito e no sexo, não me apetecia.
Saímos do banho, sabia das intenções dele, o corpo assim o demonstrava.
Agarrou-me com força e puxou-me para a cama, passou rapidamente a língua pelo meu sexo.
Dobrei-me de forma a ficar de costas e esconder o rosto
-Vou comer-te toda! - penetrou-me com pouca doçura, num movimento de autómato.
E chorei, suavemente, lágrima a cair do rosto, porque na realidade quem eu desejava ter ali era o João...
O que vi naquele gajo presunçoso e trapalhão?
Não sei, sem dúvida que tem um olhar misterioso, um sorriso meio tímido que desarma uma fêmea mais frágil. É um homem bonito mas ao mesmo tempo cativa-me e irrita-me.
Estranho, desde miúda que não me sinto assim.
Mas eu não sou assim, sou pragmática, sei o que quero, quero o Rui, ele é o meu marido, dá-me estabilidade mas senti ciúmes na discoteca.
Tive o cuidado de apagar todas as mensagens mas tal como não consigo tirar o rosto dele da minha cabeça, as palavras surgem em catadupla, "quero-te", "desejo-te", "preciso de te ver".
Maldita a hora em que me sentei ao lado dele, merda para as coincidências.
O Rui levou as malas para o quarto, sentei-me na sala, desliguei o telefone, fechei os olhos.
- Dormes? Vem tomar duche comigo - abri os olhos devagar, não me aapetecia - Não me apetece.
- Anda lá, quero comemorar o teu sucesso profissional, qualquer dia és partner.
- Ok...- não tinha como fugir, descalcei os sapatos e despi o vestido devagar.
Ele já estava nu, dentro da banheira, entrei, ele espalhou água tépida pelo meu corpo, fechei os olhos enquanto me tocava no peito e no sexo, não me apetecia.
Saímos do banho, sabia das intenções dele, o corpo assim o demonstrava.
Agarrou-me com força e puxou-me para a cama, passou rapidamente a língua pelo meu sexo.
Dobrei-me de forma a ficar de costas e esconder o rosto
-Vou comer-te toda! - penetrou-me com pouca doçura, num movimento de autómato.
E chorei, suavemente, lágrima a cair do rosto, porque na realidade quem eu desejava ter ali era o João...
domingo, 15 de novembro de 2015
Domingo...nunca gostei ...
Sobretudo o domingo que significa o fim de férias.
Depois do almoço a melancolia apodera-se de mim...demasiada estupidez eu sei.
Hoje nem o lanche com a primalhada me animou.
Pensei o tempo todo numas imperiais junto a um rio ou ribeira sem nome.
Barba feita, gravata escolhida, fato escuro, regresso ao passado.
Depois do almoço a melancolia apodera-se de mim...demasiada estupidez eu sei.
Hoje nem o lanche com a primalhada me animou.
Pensei o tempo todo numas imperiais junto a um rio ou ribeira sem nome.
Barba feita, gravata escolhida, fato escuro, regresso ao passado.
sábado, 14 de novembro de 2015
Parte XII...
Realmente é
bom, mas não me sentia bem.
- Para a
sério, para – e afastei a cabeça dela. Era uma imagem ridícula, um homem seminu,
excitado a dizer a uma mulher sensual, predisposta a realizar uma fantasia que
povoa a mente de qualquer mortal.
- És parvo? Rejeitas-me?
Não vales nada – Sai do meu carro, falamos depois, a sério vamos poupar-nos.
O meu tom
conciliador só acicatava a Marisa, puxei as calças de forma atabalhoada,
respirei e preparei-me para ser enxovalhado.
- Nunca me
aconteceu, não te dou tesão meu paneleiro? – Marisa sai, falamos depois, isto
foi tudo um erro, desculpa devia ter parado mais cedo.
Foi a gota da
água, saiu com o casaco semiaberto e gritou em alto e bom som – És uma merda!
Arrancou fiquei
ali, surpreendido comigo mesmo - Gostas
mesmo da Inês – falei para mim – És um idiota apaixonado, agora tens de lutar
por ela.
Desliguei o
telemóvel, segui para casa, viagem rápida, tentando pensar o menos possível.
Casa, recebido sempre com o cumprimento especial do meu cão o Zacarias e cama.
Tinha de
descansar, se era uma porcaria no amor ao menos no basket tinha de sovar
aqueles sacanas.
Mas dormi mal…
Perto da
Covilhã 21horas, casa da Inês…
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
Um Conto parte XI
“ Afinal não és assim tão cabrão
lol Onde estás?”
- A outra com quem foi para a
cama…sei pouco dela, chama-se Marisa é mais nova que eu, morena, olhos
esverdeados, sorridente, trabalha no mundo da moda, extrovertida, ousada…
- Parece-me a mulher dos meus
sonhos, tem amigas? – Desde os doze anos que ele me faz esta pergunta.
- Sei lá, acho que na discoteca
estava com duas – O que fui dizer – Já que desmarquei com a cota bem que podias
dizer a essa Marisa para aparecer aqui com uma amiga.
- Convidei-te para beber um copo,
falar um pouco, não para uma espécie bacanal – Achas que elas iam alinhar numa
cena a quatro? – Porra só tu, vai ao bar e o que pedires para ti pede igual
para mim.
“ Estou com um amigo, mas daqui a
bocado vou para casa, cansado, semana complicada, beijos”
- Desculpa João, deixei-me levar,
não pensei que estavas mesmo apanhado por essa tal de Inês, tens alguma foto
dela? – Só entrando no facebook, aqui tens, faz a tua crítica – Ele olhou e
sorriu.
- Tem um ar demasiado importante,
bonita, muito bonita, mas não é para ti, és demasiado simples, ela não é para o
teu bico – Sincero como sempre.
- Secalhar tens razão, ainda está
tudo muito presente, o momento em que a conheci, as palavras que trocamos, os
olhares, preciso de tempo – Mudando de assunto, amanhã temos jogo de basket às
10h30 na cidade universitária, sabes quem confirmou presença? – Quem? –
perguntei eu.
- O tipo mais porreiro do
Alentejo, o Pedro Bias – Fixe tenho saudades do gajo, trocamos uns mails mas
não o vejo desde aquele jantar em Cacilhas.
“ Preciso mesmo de ver-te e falar contigo sobre o que se passou ontem, são só dez minutos, onde te posso encontrar, bjs”
“Daqui a 15m saio de Belém, se
quiseres 00h30 no parque da bomba de saída antes da A1”
“Combinado até já bjs”
- Bem então vou dormir, ainda
tenho uma hora de casa até casa e amanhã tenho de te dar uma sova, não te
atrases – Ok amigo, ainda é ainda vou ver se tenho uma amiga acordada – Não
gastes a energia toda.
Sorrimos e demos um abraço. Segui
sem saber o que de importante ela me tinha para dizer.
Estava cansado, procurei uma
rádio com um beat de noite de fim-de-semana e segui em direção a 2ª circular.
Parei o carro por trás da bomba,
um parque mal iluminado e aquela hora quase sem carros. Respirei fundo e olhei
para o telefone.
“Estou 5minutos atrasada”
“já cá estou, parei nas traseiras
da bomba”
Detesto esperar e aquela hora
muito menos sem esquecer que não tinha sido eu o mentor do inusitado encontro,
o que me quereria ela dizer.
Estava eu absorvido na pura
especulação quando um Renault estacionou ao pé do meu carro.
O parque era mal iluminado e a
Marisa fez propositadamente ou não um compasso de espera para sair do carro.
Primeiro uma perna reparei que
estava de meias escuras e sapatos de salto alto, estranhei era um encontro rápido
informal. Depois a outra perna e tive o vislumbre total.
Caminhava na direção do meu
carro. Usava uma gabardine creme que lhe chegava ao joelho, lábios pintados de
um vermelho que realçava o cenário já de si demasiado libidinoso.
Fiquei tão boquiaberto que até me
esqueci de sair do carro. Ela abriu a porta do pendura.
- Posso? – Claro entra. Ela
sentou-se e o casaco subiu mostrando que por baixo do mesmo estaria apenas
vestida com as meias de ligas e sapatos.
Eu feito pateta olhava para o
rádio do carro evitando olhar para tudo o que ela me queria mostrar, 00h37 – “Duke
Dumond – Ocean Drive”, bom som por acaso.
E comecei a balbuciar – Marisa o
que me queres dizer? – Ela aproximou o dedo dos meus lábios e junto ao meu
ouvido sussurrou – Cala-te, já vais perceber.
Admito que nem sempre sou bem
mandado, mas fiquei calado enquanto ela tirava o casaco e deixava que o corpo
ficasse exposto parente mim.
Finalmente retirei os olhos do
rádio e deixei-me levar pelas instruções dela tal como um recruta na primeira
parada.
- Só olhas não
me tocas – E eu acenei com a cabeça, que grande totó. E as mãos dela começaram
por abrir o cinto das minhas calças. Ela retirou o cinto, abriu o botão dos
jeans sem retirar os olhos de mim, puxou o fecho e sorriu. Eu estava hipnotizado
pela luxuria do momento.
Mais fiquei
quando ela depois de abrir o fecho começou a acariciar e a provocar o meu
membro tocando nele suavemente tendo os boxers como barreira. Fiquei perdido no
tempo, já me tinha deixado levar era tarde para resistir.
Tentei
agarrar-me à imagem da Inês mas pensei que ela provavelmente estaria a fazer o
mesmo com o bastardo do Rui.
Quando se
fartou de me provocar, puxou-me as calças totalmente para baixo e em seguida a
mão deslizou por dentro da minha roupa interior.
- É grande, já
tinha saudades – Quando me preparava para dizer qualquer coisa a boca dela
desceu e começou por beijá-lo com candura, foi aumentando a intensidade até que
olhando-me com profundidade abocanhou o meu membro que estava no estado de
virilidade intensa.
- É bom não é?
Realmente é
bom, mas…
um conto parte X
O sacana adivinha sempre, somos
amigos desde os seis anos, nunca discutimos por causa de uma miúda.
Ele normalmente queria sempre as
gordinhas e eu por acaso não me importava.
- Adivinhaste, o meu problema
chama-se Inês – Para que inventar ela era mesmo um problema, um teorema de
Pitágoras amoroso.
- Já a pinaste? – Admiro a
simplicidade e a forma simples de como ele vê a relação homem-mulher, pinanço.
- Não, ela nem um beijo ou abraço
me deu – O quê? E ficaste tontinho? Porra, já não te conheço.
Ele nem ninguém conheceu o meu
lado mais sensível, sempre o guardei para mim, o lado quixotesco, o meu lado
obscuro.
Passei trinta e cinco anos a
fingir que era um durão, estava realmente farto, de durão nada tenho, mas era
algo que precisava de tempo, algum tempo para revelar intrinsecamente aquilo
que era a minha essência.
- Apaixonei-me, sabes não consigo
explicar, desde o primeiro momento em que a vi sentada numa cadeira a minha
frente. E não penses que foi uma espécie de tesão louco, sim ela é bonita
atraente, mas o meu primeiro impulso não foi possui-la, foi contemplar. Olhar para
ela, saborear o sorriso que ela raramente mostrava, entrar dentro daquele olhar
escrutinador, tocar-lhe na alma e coração. Sim, também a desejo como mulher,
não posso ser hipócrita. Ontem fazia sexo e só a via, estou apanhado.
Grande monólogo fiquei sem
folego, ele bebeu licor beirão inteiro enquanto eu desabafava e acho que pensou
que tinha perdido o juízo.
- Ela é casada? Gosta de outro? Não
te acha piada? – Tanta pergunta, mas revelou alguma preocupação, devia ter mesmo
uma expressão sofredora
- Sim, tem um namorado, marido,
um tipo chamado Rui, se gosta dele não sei, deve gostar.
- Então e andas a perder tempo
porquê? – Sensato e pragmático – Olha não sei, não consigo explicar o que sinto
por ela, só sei que é demasiado forte.
- Hum bebemos mais um copo? –
Sim, podes pedir, bem preciso – Fala-me da outra? Aquele com quem foste para a
cama?
E ao mesmo tempo, entrou nova
mensagem no meu telemóvel.
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
Um conto capítulo IX
Nota de autor – o capítulo IX
está a ser escrito de uma taverna medieval em Tomar, a comida é ótima e a
bebida melhor, cerveja numa caneca de barro é de macho do século XII. Sendo
assim, não assumo os disparates que possam vir a ser ditos. Venha a harpa para
a inspiração.
Voltei ao trabalho, li um
relatório, mas se me perguntarem, não me recordo de dois terços e basicamente
deixei o relógio correr.
Eram 18h30 quando saí, sorri para
a rececionista e fui um bocado ao ginásio, tinha de fazer tempo até às 22h.
Estar num café ou algo assim não me iria fazer bem, optei pelo desgaste físico
é sempre um bom paliativo.
Corri, pulei, puxei meia dúzia de
pesos, detesto pesos e esse tipo de merdas mas dizem que faz bem, do que eu
gosto mesmo é do ipo de correr pela rua, faça chuva ou sol.
Estava tão desanimado ou apaixonado,
não será a mesma coisa? Que nem reparava nas boazudas que andavam para cima e
para baixo naqueles fatos justinhos.
E assim passaram duas horas. Comi
uma sandes, meti-me no carro e segui até Belém, sabendo de antemão que a
pontualidade do meu amigo é zero.
Estacionei ao pé do Altis, nesse
momento lembrei que tinha um telemóvel, que por sua vez parecia uma árvore de
natal com tantas piscadelas.
Esquecendo pai, mãe, irmã, etc,
tinha 3 mensagens da Marisa, basicamente seria uma perda de tempo reescrever as
três.
Sumariamente diziam, foste para a
cama comigo, deste-me um bom tratamento e agora não me dizes nada, és um mau.
A teoria da fragilidade feminina,
o primeiro mandamento eu vou para a cama contigo, venho-me quatro vezes, no dia
seguinte tu não me dizes nada, toca a mandar mensagem a dizer que me usaste.
Do ponto de vista psicológico é
uma boa teoria, depende do alvo, mas eu até me sentia tranquilo, nada lhe tinha
prometido, gostava de outra mulher que por sua vez nada queria comigo, o
destino é tudo.
Fazendo uma retrospetiva acabo
por culpar o Nuno do que se passou a seguir. Ele atrasado eu no bar. Passam
dez, quinze minutos e acabo por responder a fogosa Marisa.
“Olá Marisa, desculpa só agora vi
as tuas mensagens, espero que esteja tudo bem? Beijos João”
Mal recebi o send, percebi o
disparate mas paciência. Eram dez e meia quando chegou o meu amigo, já tinha
bebido um whiskey e olhado duzentas vezes para uma foto da Inês no Facebook.
Ainda bem que aquela porcaria não
deixa rasto, senão podia ser preso por excesso de visualizações.
Ainda não descrevi a Inês, talvez
fruto de um egoísmo irracional, mas enquanto o Nuno estaciona aqui vai.
Pele Branca, não demasiado
branca, mas com um candura que transmite uma vontade insana de lhe percorrer o
corpo usando somente a língua. Cabelos claros. Mas são os olhos enigmáticos que
em conjunto com o nariz aquilino e uma boca bem desenhada fazem do rosto seu rosto
uma obra de arte. Elegante, diria magra, mas não excessivamente magra, com uma
silhueta bem feminina.
Sem ser alta nem baixa é todo o
conjunto harmonioso, desde a forte personalidade ao rosto expressivo, passando
pelo corpo tremendamente sensual, que me fizeram sentir algo muito forte desde
os primeiros três segundos que a vi.
- Já estas a beber? – Não Nuno,
ia ficar trinta minutos a olhar para o rio e a chorar.
- Ahahah quem é a míuda?
O sacana adivinha sempre…
um conto parte VIII
- Ontem… - Balbuciei – Ontem portaste-te
como um verdadeiro idiota, quantos anos tens? – Inês um João zero.
Rapidamente perdi o controlo
emocional, literalmente fiquei por baixo e logo eu que adoro ficar por cima.
- Idiota? Eu tentei falar
contigo, fui enxotado como uma mosca em cima de uma sardinha – Uau estava a
tentar entrar para o Guiness pelo maior número de frases idiotas ditas num
minuto.
- Querias ter aquela conversa a
três? – Era um argumento de peso – Não, claro que não mas lembra-te nem aos
meus sms respondeste, aquilo foi um acumular.
Chegou a comida, mas estávamos absorvidos
na troca de galhardetes e acreditem estava com fome.
- Um acumular? Mal te conheço, tu
mal me conheces, queres ser meu amigo? Aceito, queres mais de mim? Lamento não
te posso nem quer dar.
Qualquer homem que leia isto sabe
que é a pura verdade, é preferível dizer a um homem apaixonado que o odeiam,
que nada querem dele e deixar o tempo fluir. Quiçá se for uma paixoneta fútil
(aqui é mesmo paixão) a amizade até pode surgir com o tempo.
Agora no preciso momento em que
nos dizem, “não quero nada contigo mas podemos ser amiguinhos”, não me fodam
por favor.
- Ok, seremos “amigos” – Disse sem
convicção nenhuma, mas sempre com uma réstia de esperança de ouvir uma palavra
de esperança.
A minha resposta sensata, mas não
sentida teve o condão de a fazer baixar um pouco a guarda. Enquanto comia sem
grande apetite o arroz já frio ela abriu um pouco a concha.
- Acredito que te passei alguns
sinais que tentei ao máximo controlar, na verdade senti uma atração por ti, mas
diz-me a experiência de vida que contigo só tenho a perder e nada a ganhar.
- Porquê? – Foi a única coisa que
consegui dizer – Porque não te conheço, porque foi algo avassalador e estranho,
porque sou racional e lido com os meus sentimentos de forma adulta e ponderada.
E chega!
- Ok, Miss Racional, devias ter
ficado na parte dos “amigos”, vamos falando, se quiseres.
Paguei o almoço, saí, nem a
porcaria do café bebi, olhei para trás e por três segundos os nossos olhos
fixaram-se, senti amor…
- Nuno estou doente, logo bebemos
antecipamos o copo para às 22h, preciso mesmo de falar – OK, também já tinha
ligado a mamalhuda.
Voltei ao trabalho…
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
Um conto parte VII
O elevador estava quase cheio,
passou-me pela cabeça dar essa desculpa e ficar ali. Acabei por entrar.
- Boa tarde como vai Inês? – Boa
tarde João, divertiu-se ontem?
Ninguém pode ter dúvidas que ela
é direta, uma predadora que ataca o ponto fraco da presa.
- Sim, gostei do espaço e você
divertiu-se? – Fui evasivo e achei que devia optar por um registo formal.
- Pareceu-me que estavas muito
efusivo – Cansei-me da ironia, ia entrar no “jogo” dela.
- Reparou em mim? Fico
lisonjeado, pensei que era invisível para si – João aquele não era o sítio nem
o momento certo para termos aquela conversa.
Merda, Merda, Merda, ia-me
engasgando. Será que estraguei tudo ao ir para a cama com a Marisa?
Sei que não é desculpa mas ela
também estava agarrada aquele namorado, marido, aquele montanhês ciumento.
Hoje tens um minuto? Almoçamos? –
Ela hesitou, pensou, pensou – Ok, mas tem de rápido tenho pouco tempo.
Descemos e fomos em direção ao
pequeno restaurante familiar na esquina do escritório. Era um daqueles
restaurantes típicos de refeições rápidas, pequeno, familiar e onde todos se tratavam
por tu.
Durante o curto trajeto fui
traçando cenários, discursos, nada me soava bem. Assim, achei melhor agir de
forma natural e abusar da escuta ativa.
Depois de nos sentarmos numa mesa
arrumada num canto do restaurante e após a uma trivial conversa que terminou na
escolha de arroz de pato acompanhado de um refrigerante light e água fresca
para mim, achei que teria de começar a falar.
Devia ter pedido uma imperial,
água não ajuda…
terça-feira, 10 de novembro de 2015
um conto parte VI
Acabei por dar-lhe o número,
nunca tive vocação para cabrão, ou como me disseram uma vez sou um cabrão
sentimental. Podia e devia ter dito nove números aleatórios, burro.
- Logo ligo-te, dá-me um beijo
garanhão – Fiz um breve sorriso e lá deu o beijo de fugida.
A caminho do escritório ligo ao
melhor amigo, precisava de desabafar, estava a sentir asfixiado e sabia que ele
pelo menos e retirar metade da carga dramática, precisava disso.
- Boas Nuno, tudo bem? – O Nuno
andou comigo na escola, é daqueles que nos vê crescer, enquanto eu fui para a
faculdade e segui economia ele tornou-se um Polícia dos bons. Era um grande sacana com as mulheres mas isso não
interessava.
- Então pá? Estás vivo? – Entrou logo
a “matar” – Vivo sim, mas não estou nos meus dias, o que fazes logo? – Ia ter
com uma tipa que conheci no outro dia na Amadora, uma cavalona, nem estás a ver
que par de mamas, mas se precisas de conversar eu cancelo – Ri-me ele tinha o
poder desconcertante de me fazer rir no pior dos cenários.
- Ok diz a mamalhuda que fica para
amanhã, 22h30 em Belém, no bar do costume.
Entrei no edifício da
multinacional de consultoria financeira onde trabalhava. Não sendo católico,
rezava para não ver a Inês.
Eu sabia que ela ia estar o dia
inteiro em reuniões na sede, partindo ao final do dia para o escritório
regional. Ela não era de Lisboa, vivia algures numa terra pequena perto de
Viseu.
Provavelmente o Rui, no meio dos
aldeões foi o primeiro tipo com a dentadura completa e que leu algo sem ser o “Record”
e “Abola” que ela viu.
Eram pensamentos maldosos, não me
reconhecia nisso, mas admito que me dava algum prazer imaginar o Rui a fornicar
com uma ovelha atrás de um pinheiro.
Eu era responsável pela área de
apoio à Banca na Grande Lisboa, tinha imenso trabalho do qual admito delegava
parte na minha equipa e só em situações de deadline é que sentia o olhar
carrancudo do meu chefe direto.
E assim passou a manhã,
telefonemas, emails, café, muito café. Estava a ser uma quarta-feira normal.
Resolvi almoçar, tinha dormido
pouco, precisava de me alimentar. Chamei o elevador e estava aborto a pensar se
iria comer um hambúrguer ou algo mais substancial quando a porta do elevador se
abre e a vejo a minha frente…
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
conto parte V
O olhar da Inês ficou gravado na
minha mente, por mais que sonhasse com uma hipotética vingança eu no fundo era
um pateta, um pateta orgulhoso.
Entramos no carro, nem consegui
ligar a ignição, ela com uma sofreguidão sedenta de prazer, começou a
provocar-me. Sorri, foi automático, não foi aquele sorriso apaixonado, mais um esgar
irracional.
Ela era muito atraente, mas só
via os olhos da Inês. Abriu-me a camisa, tocou com convicção no meu peito
enquanto o vestido dela subia até conseguir ver as ligas.
Foi um regresso ao hotel frenético,
conduzi devagar e grande parte do caminho foi feita através de uma condição
instintiva. Estava literalmente a ser devorado.
Estacionei no parque, penso que
ela queria ser possuída ali, mas tive um rasgo de racionalidade e seguimos no
elevador para o meu quarto.
Segui até ao 5º piso de camisa
aberta, a língua dela percorreu desde o meu umbigo até ao pescoço, estava
arrepiado, excitado e infeliz como se tal fosse possível.
Mesmo com tanta luxúria a minha
pele não aqueceu como quando vi a Inês. Mas ela tirou-me o tapete, disse-me
logo o fim e estava com uma mulher atraente, atrevida que parecia querer fazer
de tudo, sem o saber, para me ajudar a esquecer.
Mão a tremer, chave na porta, meia-luz,
em tronco nu. Tiro-lhe o vestido, deixo-me ir, ela fica só de ligas e saltos
altos. Trocámos carícias, beijos intensos a minha mão percorre todas as curvas
do seu corpo, percebo a excitação dela.
Tira-me as calças, sente que
também estou empolgado, sorri e com movimentos intensos usa a boca para me dar
prazer.
Tenho cerca de três segundos de
racionalidade onde digo, “onde te estas a meter…” mas a boca dela misturada com
a quantidade de álcool que tinha ingerido fazem-me continuar a navegar sem
rumo.
- Humm, dou-te prazer?- Sim,
muito…- O que poderia dizer, não era mentira.
- Quero que me possuas com força,
quero ser tua.
E assim foi, levei-a para junto
do espelho grande no corredor do quarto, ficou nua apenas de sapatos, colocou
as mãos na parede e fletiu os joelhos em forma de provocação a convidar-me para
a penetrar.
Assim começou, fizemos sexo de inúmeras
formas, passamos pela cama, varanda e até pelo sofá. Senti que lhe dava prazer,
a forma como gemia, como as mãos dela pressionavam o meu corpo, olhar.
Podia descrever ao pormenor, mas
o relevante foi o acordar, aquele momento de embaraço.
Eram 09h00, estava exausto, tinha
de estar no escritório às 10h e ao final do dia seguia para casa, uma pequena
propriedade rural a 100km de Lisboa.
Banho tomado, já vestido e o
corpo nu da Marisa ainda ocupava parte da cama.
- Marisa acorda, tenho de ir
trabalhar – Já? – Disse ela ensonada. – Sim, já estou atrasado, o quarto está
pago, podes ficar até ao meio dia depois sais discretamente.
- E é assim? Nem me dás o teu
número? – Pronto começou o meu pesadelo…
domingo, 8 de novembro de 2015
Conto Parte IV
"How Deep is your Love”, foi ao
som do Calvin Harris que começou o processo desde logo condenado ao fracasso de
esquecer a Inês.
Ou melhor esse mecanismo de
defesa começou com os três gins tónicos bebidos em modo acelera.
Circulava em alta velocidade na autoestrada
do abismo. Não tenho como negar, apesar de já ter passado dos trinta, continuo
um homem atraente, alto, com um rosto bem desenhado, lábios grosso e uns olhos misteriosos.
Conjugando o meu estado de
espírito, não se destrutivo ou vingativo, diria que era um veneno que me corria
o coração e a alma à desinibição provocada pelo álcool, desci a pista.
Deixe-me levar, nada tinha como
certo, a minha pele estava quente, queria desistir, mas com o coração desfeito,
tal como um barco sem rumo, procurei um porto onde atracar.
Deixei de olhar para a Inês que
com um riso, que me parecia comprometido, dançava com o cabrão do Jorge.
Vi uma morena de olhos verdes com
duas amigas, estava com uns jeans rasgados junto ao joelho, botas e um top
sensual, pareciam divertidas, já tinha reparado que o olhar dela se tinha
cruzado com o meu.
Aproximei-me devagar, eu queria
era esquecer, respirei fundo, sorri. E então comecei a mentir.
Danças bem – sussurrei ao ouvido
dela – Ela sorriu – Posso falar contigo? – Disse bem colado ao ouvido dela.
- Sim podes, mas tens nome? –
João e tu? – Marisa, nunca te vi aqui? – Sorri – Ultimamente tenho saído pouco,
mas hoje não resisti – ela retribuiu o sorriso – Foi? Sabias que eu ia estar
aqui?
E a loucura começou. Deixei de
ligar a música, não sei se era o efeito do álcool conjugado com a frustração,
ou se tudo isso e a sensualidade da Marisa.
Começamos a dançar cada vez mais
próximos um do outro, as amigas afastaram-se, o meu rosto estava quase colado
ao dela, ambos sentíamos a respiração um do outro.
Deixei o desejo momentâneo apoderar-se
totalmente de mim.
- És giro – disse-me ela enquanto
me passava a língua pela orelha de forma provocadora.
- Tenho dias, tu também não és
nada má – foi o disparate que me veio a cabeça.
Ela aí percebeu que tinha o
controlo da situação.
Fui dominado e não me importei, o
primeiro beijo foi longo, as nossas línguas tocaram-se num abraço longo. A boca
dela sabia a menta, enquanto o beijo fluía, olhava-me fixamente.
As minhas mãos firmes mas
discretas começaram a percorrer as pernas, subindo devagar até as costas
enquanto a pressionava de encontro ao meu peito, ficamos assim quase uma hora.
- Queres ir comigo para o Hotel? –
Perguntei sem muita convicção – Sim, vamos – respondeu enquanto passava a mão
suavemente junto ao cinto das minhas calças.
Ao sair passamos perto da Inês,
que recolhia o casaco no bengaleiro, tentei evitar o olhar dela, senti
reprovação, mas homem e um homem magoado é um homem idiota…
Parte IV
*sem revisão
sábado, 7 de novembro de 2015
um conto parte III
Engraçado, ela nem é propriamente
o meu estilo de mulher, se fizer uma retrospetiva da minha vida amorosa,
concluo que o destino é tramado.
É altiva, bonita, demasiado até
para o meu gosto, traços finos, elegante, saltos altos, lábios finos, cabelo
claro, sensual e um olhar que me deixava louco apesar da indiferença que me
fazia sofrer.
A Inês também me viu, não adianta fazer de
conta e fugir, ganho coragem e aproximo-me. Está sozinha, presumo que só momentaneamente.
- Olá Inês, por aqui? – As
palavras saem devagar, tento mantendo o ar mais natural possível, é difícil – Sim
e tu perdido? – Responde ela.
A verdade é que temos dificuldade
em falar um com o outro, das poucas vezes que tivemos juntos só me lembro de
uma noite em que a conversa fluiu, provavelmente o culpado foi o vinho branco
do jantar. De resto as conversas foram curtas, monossilábicas, um desastre.
E nessa noite por obra do acaso ficamos momentaneamente
sozinhos, uns saíram outros foram fumar e eu despistei-me, disse que me sentia
demasiado atraído por ela, que morrer sem nunca a sentir seria demasiado
estúpido e até disse mais, mas não vale a pena repetir.
O som está alto, toca uma música
demasiado sensual para o momento, Selena Gomez, qualquer coisa assim. Respiro
fundo, tenho de ir direto ao assunto, sou assim.
- Tens um minuto? Ficaste
zangada? Não me disseste mais nada, não me respondeste a nenhuma mensagem,
falei de mais? – Demasiadas perguntas, apercebi-me disso mal acabei.
- Não tinha nada para te dizer,
apreciei a tua sinceridade, mas não tenho nada para te dizer.
- Ok, só isso? Os teus sinais, o
teu corpo não me transmitia essa indiferença – Retorqui com pouca convicção – João!
Esquece, a minha vida não é compatível com paixonetas, tenho 33 anos, família,
carreira.
Quando me preparava para
retorquir aproxima-se um homem vindo do bar com dois copos.
- Boa Noite – Diz o estranho que
eu percebi logo quem seria – Olá boa noite – Digo a contragosto.
- João este é o meu namorado o
Jorge, Jorge este é o João, trabalha numa Empresa ligada a minha, o que faz de
nós colegas, certo? – Disse a Inês com a sua calma característica.
- Sim, somos colegas e pelos vistos
também noctívagos – respondi – Um dia não são dias amanhã as reuniões começam
mais tarde e recebi a visita surpresa do Jorge, não podíamos deixar de
aproveitar a noite – cada palavra que ela dizia, cada sorriso que trocavam
faziam-me sentir nauseado.
- Bem divirtam-se e até amanhã – Rapidamente
voltei ao bar, precisava de beber.
Mas ainda consegui ouvi o Jorge
dizer com ironia – Aquele teu colega é uma simpatia – A Inês cruzou os ombros e
de relance vi-os começar a dançar.
Iludi-me, senti-me o tipo mais miserável
daquela discoteca.
Mais um copo e sabia que ia
dançar, só não sabia o que ia provocar…
Parte III
*sem revisão
Um conto parte II
Eram três e meia da manhã quando
passei pelo atónito empregado da receção.
- Boa noite, onde me posso
divertir um pouco a esta hora? – Perguntei ao jovem ensonado.
- O que procura? – O sorriso
escarninho dizia tudo – Não quero o que está a pensar, apenas beber algo, ver
gente, distrair-me percebe?
- Ah ok, a esta hora normalmente
procuram outra coisa, siga até alcântara estacione na parte velha e vai
encontrar o que procura.
Achei vago, mas não estava para
perder mais tempo. Entrei no carro, liguei o rádio, uma daquelas músicas africanas
da moda, o refrão dizia “ Deitar-me na cama encostado em ti…”.
Fodasse, Fodasse, tudo me fazia
lembrar a Inês, maldita a hora em que a vi, que ousei desejar, que sempre que
fecho os olhos vejo o seu rosto, arranquei o mais depressa possível, precisava de
me distrair rapidamente.
Cada sinal, cada cruzamento, um
suplício, tinha pressa em chegar, parei numa ruela perto da PSP, olhei em redor
e vi que o rececionista me tinha indicado uma daquelas discotecas da moda.
O típico espaço cheio de gente frequentado
por pessoas entre os trinta e os quarenta anos que adora aparecer nas revistas
e para os quais ficar acordado até de madrugada numa terça-feira é algo banal.
Dirigi-me ao porteiro, um tipo baixo e
demasiado largo, provavelmente viciado em esteroides e ginásio.
Olhou-me de cima a baixo.
- Boa noite, sozinho? - Sim, vim
beber algo, dia difícil muitas reuniões, a precisar de relaxar.
- Precisa de algum extra? Pó? – Perguntou
em tom de sussurro – Não, apenas de um copo.
Deixei o porteiro, sem remorosos,
como andavam as coisas em Lisboa, provavelmente iria ter sorte com próximo
cliente.
Entrei, comecei por escutar a
música, dance music, comercial com um toque do DJ. Os meus olhos cansados
demoraram um pouco a adaptar-me ao ambiente escuro que contrastava com as luzes
que oscilavam de acordo com o som.
Segui em direção ao bar,
precisava de beber, não sendo um pé de chumbo, nunca fui um dançarino nato,
talvez se deva ao fato de ser um homem alto.
Enquanto tentava, através do meu
melhor sorriso, ter um pouco da atenção da barwoman, uma loira, vistosa, que
despejava mecanicamente gelo e álcool em copos de plástico, observei a pista de
dança.
Estava cheio de pessoas, mais
mulheres que homens, na maioria bem vestidos, algumas de forma bem provocante e
sensual. Sendo que essas atraiam um enxame de machos metrossexuais que
gravitavam tal como satélites à volta de um planeta.
Nada de estranho, desde novo que saio a noite,
sempre foi e sempre será assim.
Finalmente consegui fazer com que no bar reparassem
que estava vivo.
- O que bebe? – Expressou-se de
forma rápida, incisiva e monocórdica.
Percebo elas não podem perder tempo com
tipos que acham que vão engatar a boazuda do bar por isso evitam ao máximo diálogos
longos.
– Gin tónico com pouco gelo – respondi no mesmo
tom. Nunca tive a fantasia de acabar a noite com a mulher do bar.
E quando aproximava o copo dos
lábios vi-a, porra Lisboa é pequena…
Fim da segunda parte
*sem revisão
Mexer
Sol, céu azul, sábado, as condições estão reunidas:)
Pequeno almoço-almoço, Calções, ténis, ipod, running, levar ao limite, a semana foi muito sedentária com demasiados bolos à mistura...
Deixo aqui a primeira música do iPod.
sexta-feira, 6 de novembro de 2015
Apenas um conto....parte I
Lisboa, duas da manhã, deitado na cama fito o teto do quarto do hotel. A merda do sono não vem.
A culpa é da Inês, aquele sorriso enigmático, o modo como os lábios se movem, o humor mordaz, o corpo magro e sensual...
E daquela rápida conversa, as palavras, o que disse, o que deveria ter dito, o que gostaria de ter ouvido, tudo se mistura na minha cabeça, uma equação sem resposta.
Foi ocasional, quis o destino que a encontrasse, passado dois anos, num almoço de trabalho.
Mas na verdade eu nunca a tinha esquecido.
Tinha chegado ao ponto de fazer amor com outras mulheres e imaginar o rosto dela.
Estou inquieto, viro-me, dobro-me, estico-me, não estou confortável. Acendo um candeeiro, fito o meu resto num enorme espelho e não me reconheço.
Salto da cama, olho para o telemóvel, nada, sigo em direção ao mini bar. Abro a porta com brusquidão, observo e opto por uma pequena garrafa de gin.
Abro e sigo em direção a janela, afasto a cortina, olho-me mais uma vez ao espelho. faço uma careta, visto uma camisa e vou para a varanda.
É Novembro, está frio, um vento sopra vindo do rio em direção ao Chiado. Coloco as mãos no corrimão frio, regresso ao quarto, visto uma camisa e volto ao exterior.
Observo, as luzes as ruas sem ninguém, sinto a minha respiração, o vapor do ar que expiro. Fecho os olhos por segundos e em seguida olho para o céu, a lua, praguejo e bebo.
Bebo para esquecer, bebo para recordar, uma pequena lágrima escorre pelo rosto, nem me dou ao trabalho de limpar.
Respiro fundo, sinto-me ridículo, ligo a televisão. Apanho os Roxy Music, Slave to love, digo para mim mesmo, perfeito, lamechas...
Aumento o som, olho novamente para o telemóvel, uma mensagem da Rita.
"Olá João, nunca mais disseste nada, tenho pensado em ti..."
Nem respondo, tudo o que iria dizer era falso.
Porra, é sina. A Rita pensa em mim eu penso na Inês que pela sua vez deve estar a dormir com alguém, quem disse que era fácil.
Digo para mim mesmo ela não merece, eu fiz de tudo para a ter, mostrei-me, dei-me a conhecer, ela não quis saber, não consigo desistir mas tenho de parar,
Despi-me fui para o duche, não tenho calma, é difícil esperar, tenho 34 anos mas a paciência nunca foi uma qualidade.
No fundo eu queria sonhar, que me querias tocar, mas estava acordado, irritado, sai do duche e vesti-me.
Vesti-me para sair, eram 3h da manhã, queria esquecer-me, era um risco calculado, tinha uma reunião às 10h, ficar na cama a olhar para o teto ou sair.
Fodasse sai, já estava tudo estragado, portanto...
Fartei-me de ser certo e mesmo com o coração colado ao peito, segui a deriva.
Entrei no carro, desliguei o telemóvel e conduzi até Santos.
E a confusão começou...
fim da primeira parte...
*sem revisão, quando acabar tento compilar...
sugestões...
Depois de jantar a melhor pizza da margem sul, evitado o que seria uma penosa noite de copos, não tenho a menor vontade de fazer a pequena mala de viagem.
Viagem essa que terá uma paragem emocional, carregada de recordações e de um amor inabalável e que irá perdurar pela eternidade.
Em seguida sigo, em direção ao meu retiro, o barulho da água que segue o curso do rio, o corvo marinho que abre as asas num rochedo, o olhar felino do gato que me recebe, tanta coisa...
Irei correr, ler, rir, sonhar, escrever, tenho um plano, ou melhor tenho vários planos...
Será?
Acho que talvez ainda coloque alguma coisa aqui...às vezes um néctar espirituoso ajuda...
Mas deixo uma sugestão repetida para quem lê o blog e não tem paciência para tanta mensagem num só dia...
Faz 2 3 anos que deixei uma sugestão de filme...é 100% emocional, mas faz bem a alma acreditar que não existem impossíveis, apenas barreiras e uma coisa é certa, só vivemos uma vez.
link para o filme;
http://putlocker.is/watch-tristan-and-isolde-2006-online-free-putlocker.HTML
O trailer para os mais curiosos...
800 mensagens
800 mensagens, número bonito...
Já escrevi diariamente, já estive para desistir, sem ideias, com demasiadas ideias, com esperança e sem continuei...
O fato de não ter desistido fez-me crescer, detesto deixar algo a meio...
Uma semana de férias, quis que o dia passasse depressa, mas passou devagar...e ainda bem que assim foi...
Às vezes do pouco sentimos muito...e por vezes nem a distância arruína o que de bom segue na nossa alma ou coração.
Sugestão musical de final de dia...adoro...e é verdade "nada tenho como certo...o certo nunca foi para mim" com o "coração colado ao peito..."
Já escrevi diariamente, já estive para desistir, sem ideias, com demasiadas ideias, com esperança e sem continuei...
O fato de não ter desistido fez-me crescer, detesto deixar algo a meio...
Uma semana de férias, quis que o dia passasse depressa, mas passou devagar...e ainda bem que assim foi...
Às vezes do pouco sentimos muito...e por vezes nem a distância arruína o que de bom segue na nossa alma ou coração.
Sugestão musical de final de dia...adoro...e é verdade "nada tenho como certo...o certo nunca foi para mim" com o "coração colado ao peito..."
Regresso...
Depois de três dias em Lisboa, longe da rotina, eis o regresso...
Pedi ajuda aos Depeche Mode para sair da cama, adoro sobretudo os primeiros trinta segundos da música...
Que o dia passe depressa...
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
confuso...
Sou emotivo e ao mesmo tempo frio, racional e por vezes "selvagem", meigo e às vezes cruel.
Tenho referências mas não tenho terra, tenho alguns bons amigos mas julgo que nem eles terão a profundidade suficiente para me entender.
Sou competitivo, mas sou cético, ganho mas não saboreio, tento atingir o meu limite e nunca fico satisfeito.
Nunca me consegui definir a 100%...
Sinto que irei passar a minha vida toda a tentar conhecer-me e talvez não chegue.
35 anos meio perdido no tempo espaço...
Estava em lume brando, nestes últimos dias fiquei confuso...
domingo, 1 de novembro de 2015
Acordar cedo...
Sempre fui madrugador, em miúdo acordava, abria uma fresta da portada ou acendia a luz de cabeceira e lia durante uma hora enquanto vencia a preguiça matinal.
Foi assim que explorei ao máximo o prazer da leitura, que viajei por outros locais, vivi personagens e imaginei como seria viver no passado.
Hoje em dia o acordar cedo é menos prazeroso, o trabalho e ao fim de semana o prazer doloroso da atividade física, ficando a leitura confinada para o serão.
Na verdade não consigo ser feliz sem ler. É um vicio, um hábito é uma fuga à realidade que acompanha desde a descoberta de quem sou.
Hoje, talvez nostálgico, acordei cedo e não fui correr, fiz um café. Forte sem açúcar, abri um livro e viajei, tal como o tinha feito no passado, ao passado.
Inglaterra, ano de 877...
Boas leituras...
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