segunda-feira, 9 de novembro de 2015

conto parte V


O olhar da Inês ficou gravado na minha mente, por mais que sonhasse com uma hipotética vingança eu no fundo era um pateta, um pateta orgulhoso.

Entramos no carro, nem consegui ligar a ignição, ela com uma sofreguidão sedenta de prazer, começou a provocar-me. Sorri, foi automático, não foi aquele sorriso apaixonado, mais um esgar irracional.

Ela era muito atraente, mas só via os olhos da Inês. Abriu-me a camisa, tocou com convicção no meu peito enquanto o vestido dela subia até conseguir ver as ligas.

Foi um regresso ao hotel frenético, conduzi devagar e grande parte do caminho foi feita através de uma condição instintiva. Estava literalmente a ser devorado.

Estacionei no parque, penso que ela queria ser possuída ali, mas tive um rasgo de racionalidade e seguimos no elevador para o meu quarto.

Segui até ao 5º piso de camisa aberta, a língua dela percorreu desde o meu umbigo até ao pescoço, estava arrepiado, excitado e infeliz como se tal fosse possível.

Mesmo com tanta luxúria a minha pele não aqueceu como quando vi a Inês. Mas ela tirou-me o tapete, disse-me logo o fim e estava com uma mulher atraente, atrevida que parecia querer fazer de tudo, sem o saber, para me ajudar a esquecer.

Mão a tremer, chave na porta, meia-luz, em tronco nu. Tiro-lhe o vestido, deixo-me ir, ela fica só de ligas e saltos altos. Trocámos carícias, beijos intensos a minha mão percorre todas as curvas do seu corpo, percebo a excitação dela.

Tira-me as calças, sente que também estou empolgado, sorri e com movimentos intensos usa a boca para me dar prazer.

Tenho cerca de três segundos de racionalidade onde digo, “onde te estas a meter…” mas a boca dela misturada com a quantidade de álcool que tinha ingerido fazem-me continuar a navegar sem rumo.

- Humm, dou-te prazer?- Sim, muito…- O que poderia dizer, não era mentira.

- Quero que me possuas com força, quero ser tua.

E assim foi, levei-a para junto do espelho grande no corredor do quarto, ficou nua apenas de sapatos, colocou as mãos na parede e fletiu os joelhos em forma de provocação a convidar-me para a penetrar.

Assim começou, fizemos sexo de inúmeras formas, passamos pela cama, varanda e até pelo sofá. Senti que lhe dava prazer, a forma como gemia, como as mãos dela pressionavam o meu corpo, olhar.

Podia descrever ao pormenor, mas o relevante foi o acordar, aquele momento de embaraço.

Eram 09h00, estava exausto, tinha de estar no escritório às 10h e ao final do dia seguia para casa, uma pequena propriedade rural a 100km de Lisboa.

Banho tomado, já vestido e o corpo nu da Marisa ainda ocupava parte da cama.

- Marisa acorda, tenho de ir trabalhar – Já? – Disse ela ensonada. – Sim, já estou atrasado, o quarto está pago, podes ficar até ao meio dia depois sais discretamente.

- E é assim? Nem me dás o teu número? – Pronto começou o meu pesadelo…
 
* Sem revisão

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