O olhar da Inês ficou gravado na
minha mente, por mais que sonhasse com uma hipotética vingança eu no fundo era
um pateta, um pateta orgulhoso.
Entramos no carro, nem consegui
ligar a ignição, ela com uma sofreguidão sedenta de prazer, começou a
provocar-me. Sorri, foi automático, não foi aquele sorriso apaixonado, mais um esgar
irracional.
Ela era muito atraente, mas só
via os olhos da Inês. Abriu-me a camisa, tocou com convicção no meu peito
enquanto o vestido dela subia até conseguir ver as ligas.
Foi um regresso ao hotel frenético,
conduzi devagar e grande parte do caminho foi feita através de uma condição
instintiva. Estava literalmente a ser devorado.
Estacionei no parque, penso que
ela queria ser possuída ali, mas tive um rasgo de racionalidade e seguimos no
elevador para o meu quarto.
Segui até ao 5º piso de camisa
aberta, a língua dela percorreu desde o meu umbigo até ao pescoço, estava
arrepiado, excitado e infeliz como se tal fosse possível.
Mesmo com tanta luxúria a minha
pele não aqueceu como quando vi a Inês. Mas ela tirou-me o tapete, disse-me
logo o fim e estava com uma mulher atraente, atrevida que parecia querer fazer
de tudo, sem o saber, para me ajudar a esquecer.
Mão a tremer, chave na porta, meia-luz,
em tronco nu. Tiro-lhe o vestido, deixo-me ir, ela fica só de ligas e saltos
altos. Trocámos carícias, beijos intensos a minha mão percorre todas as curvas
do seu corpo, percebo a excitação dela.
Tira-me as calças, sente que
também estou empolgado, sorri e com movimentos intensos usa a boca para me dar
prazer.
Tenho cerca de três segundos de
racionalidade onde digo, “onde te estas a meter…” mas a boca dela misturada com
a quantidade de álcool que tinha ingerido fazem-me continuar a navegar sem
rumo.
- Humm, dou-te prazer?- Sim,
muito…- O que poderia dizer, não era mentira.
- Quero que me possuas com força,
quero ser tua.
E assim foi, levei-a para junto
do espelho grande no corredor do quarto, ficou nua apenas de sapatos, colocou
as mãos na parede e fletiu os joelhos em forma de provocação a convidar-me para
a penetrar.
Assim começou, fizemos sexo de inúmeras
formas, passamos pela cama, varanda e até pelo sofá. Senti que lhe dava prazer,
a forma como gemia, como as mãos dela pressionavam o meu corpo, olhar.
Podia descrever ao pormenor, mas
o relevante foi o acordar, aquele momento de embaraço.
Eram 09h00, estava exausto, tinha
de estar no escritório às 10h e ao final do dia seguia para casa, uma pequena
propriedade rural a 100km de Lisboa.
Banho tomado, já vestido e o
corpo nu da Marisa ainda ocupava parte da cama.
- Marisa acorda, tenho de ir
trabalhar – Já? – Disse ela ensonada. – Sim, já estou atrasado, o quarto está
pago, podes ficar até ao meio dia depois sais discretamente.
- E é assim? Nem me dás o teu
número? – Pronto começou o meu pesadelo…
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