- Ontem… - Balbuciei – Ontem portaste-te
como um verdadeiro idiota, quantos anos tens? – Inês um João zero.
Rapidamente perdi o controlo
emocional, literalmente fiquei por baixo e logo eu que adoro ficar por cima.
- Idiota? Eu tentei falar
contigo, fui enxotado como uma mosca em cima de uma sardinha – Uau estava a
tentar entrar para o Guiness pelo maior número de frases idiotas ditas num
minuto.
- Querias ter aquela conversa a
três? – Era um argumento de peso – Não, claro que não mas lembra-te nem aos
meus sms respondeste, aquilo foi um acumular.
Chegou a comida, mas estávamos absorvidos
na troca de galhardetes e acreditem estava com fome.
- Um acumular? Mal te conheço, tu
mal me conheces, queres ser meu amigo? Aceito, queres mais de mim? Lamento não
te posso nem quer dar.
Qualquer homem que leia isto sabe
que é a pura verdade, é preferível dizer a um homem apaixonado que o odeiam,
que nada querem dele e deixar o tempo fluir. Quiçá se for uma paixoneta fútil
(aqui é mesmo paixão) a amizade até pode surgir com o tempo.
Agora no preciso momento em que
nos dizem, “não quero nada contigo mas podemos ser amiguinhos”, não me fodam
por favor.
- Ok, seremos “amigos” – Disse sem
convicção nenhuma, mas sempre com uma réstia de esperança de ouvir uma palavra
de esperança.
A minha resposta sensata, mas não
sentida teve o condão de a fazer baixar um pouco a guarda. Enquanto comia sem
grande apetite o arroz já frio ela abriu um pouco a concha.
- Acredito que te passei alguns
sinais que tentei ao máximo controlar, na verdade senti uma atração por ti, mas
diz-me a experiência de vida que contigo só tenho a perder e nada a ganhar.
- Porquê? – Foi a única coisa que
consegui dizer – Porque não te conheço, porque foi algo avassalador e estranho,
porque sou racional e lido com os meus sentimentos de forma adulta e ponderada.
E chega!
- Ok, Miss Racional, devias ter
ficado na parte dos “amigos”, vamos falando, se quiseres.
Paguei o almoço, saí, nem a
porcaria do café bebi, olhei para trás e por três segundos os nossos olhos
fixaram-se, senti amor…
- Nuno estou doente, logo bebemos
antecipamos o copo para às 22h, preciso mesmo de falar – OK, também já tinha
ligado a mamalhuda.
Voltei ao trabalho…
Sem comentários:
Enviar um comentário