segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Parte XIII

 Cheguei a casa cansada, três horas intermináveis a divagar entre a conversa de circunstância com o Rui e o pensamento concentrado no João.

O que vi naquele gajo presunçoso e trapalhão?

 Não sei, sem dúvida que tem um olhar misterioso, um sorriso meio tímido que desarma uma fêmea mais frágil. É um homem bonito mas ao mesmo tempo cativa-me e irrita-me.

Estranho, desde miúda que não me sinto assim.

Mas eu não sou assim, sou pragmática, sei o que quero, quero o Rui, ele é o meu marido, dá-me estabilidade mas senti ciúmes na discoteca.

Tive o cuidado de apagar todas as mensagens mas tal como não consigo tirar o rosto dele da minha cabeça, as palavras surgem em  catadupla, "quero-te", "desejo-te", "preciso de te ver".

Maldita a hora em que me sentei ao lado dele, merda para as coincidências.

O Rui levou as malas para o quarto, sentei-me na sala, desliguei o telefone, fechei os olhos.

- Dormes? Vem tomar duche comigo - abri os olhos devagar, não me aapetecia - Não me apetece.

- Anda lá, quero comemorar o teu sucesso profissional, qualquer dia és partner.

- Ok...- não tinha como fugir, descalcei os sapatos e despi o vestido devagar.

Ele já estava nu, dentro da banheira, entrei, ele espalhou água tépida pelo meu corpo, fechei os olhos enquanto me tocava no peito e no sexo, não me apetecia.

Saímos do banho, sabia das intenções dele, o corpo assim o demonstrava.

Agarrou-me com força e puxou-me para a cama, passou rapidamente a língua pelo meu sexo.

Dobrei-me de forma a ficar de costas e esconder o rosto

-Vou comer-te toda! - penetrou-me com pouca doçura, num movimento de autómato.

E chorei, suavemente, lágrima a cair do rosto, porque na realidade quem eu desejava ter ali era o João...



Sem comentários:

Enviar um comentário

Parte 5

Os dias,  as noites, sobretudo as noites assumiram um ritual.  Um permanente sonhar acordado. Um formigueiro no corpo, mil imagens a passar ...